Emissão líquida de notas volta a cair em 2024, diz Banco de Portugal

O Banco de Portugal publicou hoje o Relatório da Emissão Monetária de 2024. No ano passado entraram no banco central 9.740 milhões de euros em notas e saíram 5.648,9 milhões, pelo que a emissão líquida de notas voltou a diminuir.

A alteração das regras das operações de tesouraria no Banco de Portugal favoreceu a troca de notas entre instituições de crédito e empresas de transportes de valores, mas o impacto desta medida no volume de notas entradas no Banco de Portugal foi atenuado pelo crescimento do turismo, que continuou a propiciar a acumulação de notas no banco central, sobretudo as de maior valor.

No ano passado a Valora produziu 165,5 milhões de notas de 20 euros, correspondentes à quota-parte atribuída ao Banco de Portugal nos termos do acordo celebrado com os bancos centrais da Áustria e da Bélgica.

Por sua vez, a emissão líquida de moedas aumentou. Saíram do banco central 66,5 milhões de euros em moedas e entraram 38,9 milhões. Sendo que as denominações de 1 e 2 cêntimos representaram mais de metade das moedas colocadas em circulação.

O BdP diz que foram realizadas operações de troca de moeda com o Tesouro belga e com o banco central da Eslováquia, com proveitos para o Estado Português.

Banco de Portugal reembolsou 12,5 milhões por falta de qualidade das notas e moedas

O Banco de Portugal controlou a genuinidade e a qualidade de 405 milhões de notas e de 90 milhões de moedas, identificando 104 milhões de notas e 485 mil moedas impróprias para circular.

Também valorizou manualmente 588 mil notas e 277 mil moedas degradadas, reembolsando 12,5 milhões de euros aos seus apresentantes.

As instituições de crédito e as empresas de transporte de valores processaram nove vezes mais notas e 22 vezes mais moedas do que o Banco de Portugal. Para garantir que estas entidades cumprem as regras de recirculação, foram realizadas 614 ações de inspeção, revela o banco central.

As notas incapazes foram destruídas, gerando 88 toneladas de fragmentos, incinerados para valorização energética. O Banco de Portugal realizou testes com empresas e lançou um concurso de ideias para encontrar soluções alternativas à incineração, mais sustentáveis.

Foram detectadas 11.039 notas e 2.601 moedas de euro contrafeitas, correspondentes a 0,004% e 0,0001% do número de notas e moedas genuínas em circulação. Por outro lado, foram analisadas 1.077 reclamações relacionadas com numerário, que resultaram na instauração de cinco processos de contraordenação.

Nas tesourarias do Banco de Portugal, foram atendidas mais de 189 mil pessoas.

O banco central organizou 487 ações de formação sobre notas e moedas, com mais de 12 mil participantes, e formou mais de 12 mil profissionais. A plataforma de ensino à distância foi reformulada para ser utilizada também pelos retalhistas.