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Emissões do gás CFC-11 aumentaram e estão a afetar camada de ozono. Cientistas culpam China

Uma equipa internacional de cientistas anunciou que as misteriosas emissões de CFC-11 – um gás que danifica a camada de ozono – aumentaram cerca de 7 mil toneladas por ano desde 2012. Cientistas remetem a origem destas emissões para duas províncias na China.
23 Maio 2019, 12h48

Uma equipa de cientistas descobriu a origem do até agora misterioso aumento do CFC-11. Num estudo publicado na revista científica britânica “Nature“, os seis cientistas apontam o dedo para a emissão daquele gás a duas províncias chinesas.

A produção do clorofluorocarboneto (CFC) 11 foi proibida em todo o mundo em 2010. Mas, em 2018, verificou-se que a taxa de declínio desse CFC tinha abrandado cerca de 50% desde 2012, o que significava que esta substância estava a ser lançada na atmosfera.

Este novo estudo parece confirmar que 2013 foram emitidas anualmente, pelo leste da China, cerca de 7 mil toneladas métricas a mais do que entre 2008 e 2012. Esse aumento, originado principalmente das províncias chinesas de Shandong e Hebei, corresponde pelo menos por 40 a 60% do aumento global anunciado no ano passado.

Usando o sistema de medição chamado “top-down” os investigadores concluíram que houve um aumento de 110% nas emissões dessas zonas chinesas.

Mas já não é a primeira vezes que são tiradas conclusões semelhantes. Relatórios do ano passado da Agência de Investigação Ambiental (Environmental Investigation Agency, em inglês) culparam as fábricas chinesas de espuma na província costeira de Shandong e na província interior de Hebei, que circunda Pequim. As suspeitas foram reforçadas quando as autoridades encerraram algumas dessas instalações sem explicações.

Os danos provocados por estes gases 

Os cientistas descobriram que quando os CFC se decompõem na atmosfera libertam átomos de cloro que são capazes de destruir rapidamente a camada de ozono. O primeiro buraco na camada de ozono sobre a Antárctida foi descoberto em meados da década de 1980.

Derramar mais CFC-11 no ar também pode atrasar a capacidade da camada voltar aos níveis normais, alertam os especialistas. Este gás persiste na atmosfera durante cerca de meio século, e ainda contribui com cerca de um quarto de todo o cloro – o químico que desencadeia a rotura do ozono – atingindo a estratosfera. Há duas décadas, os CFC correspondiam cerca de 10% do aquecimento global induzido pelo homem. Hoje, o “buraco no ozono ” sobre o Pólo Sul mostra fracos sinais de recuperação

Até agora, os CFCs e outras moléculas erodiram principalmente o ozono na estratosfera superior e sobre os pólos. Esse estudo identificou dois culpados possíveis: produtos químicos industriais não cobertos pelo Protocolo de Montreal – chamados “substâncias de vida muito curta” (VSLSs) – e as alterações climáticas.

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