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Emissões globais de CO2 estabilizaram pela primeira vez em 10 anos

De acordo com os dados da Agência Internacional de Energia, as emissões de carbono da energia caíram em economias avançadas, incluindo na União Europeia e os EUA, onde o uso de carvão caiu entre 15 e 25%. O total de emissões dos setores de energia das economias avançadas caiu para níveis “vistos pela última vez no final dos anos 80”, declarou a AIE.
11 Fevereiro 2020, 11h39

A direção da Agência Internacional de Energia (AIE, sigla em inglês) está “esperançada” de que as emissões globais de dióxido de carbono tenham atingido o seu auge depois da produção global ter sido nivelada em 2019, a primeira vez numa década.

De acordo com a notícia avançada pelo “Financial Times”, esta terça-feira, as emissões de carbono da energia caíram em economias avançadas, incluindo na União Europeia e nos Estados Unidos, onde o uso de carvão – o combustível fóssil mais poluente – caiu entre 15 e 25%. O total de emissões dos setores de energia das economias avançadas caiu para níveis “vistos pela última vez no final dos anos 80”, declarou a AIE.

Ao jornal de economia britânico, o chefe da agência Fatih Birol revelou que o forte crescimento da energia eólica e solar, transições em larga escala do carvão para o gás natural e o maior uso da energia nuclear contribuíram para a queda nas emissões de CO2, mesmo com as economias em desenvolvimento na Ásia a continuarem a queimar carvão.

“A transição para a energia limpa está a começar a acelerar fortemente”, considerou Birol. “Isso me deixa esperançado de que assistimos a um pico de emissões e agora vão começar a abrandar.”

As emissões globais de CO2 provenientes do uso de energia – que compõem a maior parte dos gases de efeito estufa de longe – permaneceram inalteradas em 33 gigatoneladas em 2019. No ano anterior, segundo os dados da AIE, mesmo com a economia mundial a crescer em quase 3%, a quantidade de emissões mantiveram-se.

Os novos números da AIE são uma surpresa bem-vinda. A produção de CO2 associado à energia aumentou em 2017 e 2018 e estudos anteriores sugeriam que essa tendência deveria continuar, lançando dúvidas sobre os esforços para reduzir drasticamente as emissões para mitigar as alterações climáticas.

Birol considera, porém, que estes dados não anulam o facto de que é necessário reduzir as metas do Acordo de Paris para manter a temperatura global inferior a 2 graus Celsius. As emissões globais no bloco europeu caíram em 5%, ou 160 milhões de toneladas, em 2019, com o gás natural a produzir mais eletricidade que o carvão “pela primeira vez na região”, segundo a AIE. A eletricidade gerada pelo vento também está a aproximar-se do nível produzido pelo carvão pela primeira vez no bloco europeu.

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