Numa era em que o sucesso está cada vez mais associado à criação de equipas felizes, interdisciplinares e com capacidade para resolver tarefas complexas em contextos de incerteza, destaca-se a importância de colaboradores com competências chave emergentes: capacidade de aprender e adaptar-se, criatividade e, não menos importante, inteligência emocional.

As pessoas têm que se enquadrar enquanto elementos de um contexto estável e que lhes permite a manutenção de variáveis indispensáveis ao bem-estar, como é o exemplo da aceitação em determinado grupo, a perceção de utilidade sem julgamento de ideias, valores, atitudes ou propostas. Tal se aplica de igual modo nos contextos organizacionais. Assim, a criação de organizações capazes de dar segurança psicológica/identitária e respeitar a diversidade cognitiva das equipas é essencial ao bem-estar individual e coletivo.

Vejamos, antes de mais, que a combinação de diferentes perspetivas perante a diversidade cognitiva e a segurança psicológica originam diferentes tipos de equipas. Naquelas em que os valores são mais baixos em ambas variáveis, as equipas revelam-se mais defensivas, com características mais conformistas, controladoras, diretivas, hierárquicas e até resistentes à mudança.

Por sua vez, quando os valores são altos em ambas, temos equipas com maior potencial gerador de trabalho eficiente, destacando-se características como a curiosidade e a criatividade, encorajamento, capacidade de investigar e experimentar novas soluções, força e unidade que levam à construção de perceção de equipa com recursos diferenciados, mas úteis entre si. Isto leva-nos a pensar, como colaboradores e/ou líderes, na cultura organizacional que devemos procurar implementar para atingir maior sucesso e bem-estar do contexto em que operamos.

A proposta assenta na criação de equipas com elevada inteligência emocional, de onde destaco a resiliência e identidade de grupo como principais fatores de construção e manutenção de interações saudáveis. Nos desafios laborais da contemporaneidade, a diversidade de questões e desafios pode ser elevada, pelo que é importante que também se considere o modo como o colaborador se sente e vê perante os desafios e a própria organização ou equipa. Este (re)conhecimento de valor e limitações são uma potencialidade que trará recursos valiosos para o desenvolvimento conjunto (Pessoa, Organização e Comunidade).

Maior inteligência de grupo leva à criação de maior confiança, identificação e eficácia entre colaboradores, que por sua vez irá conduzir a maior participação, cooperação e colaboração. Assim, penso que será evidente a potencialização de melhores decisões, com soluções mais criativas e com aumento da produtividade.

Importa referir, no entanto, que dependente da regulação do grupo está, antes de mais, o conhecimento individual – quer o que cada um tem de si, quer aquele que a equipa tem do seu colega/colaborador – sendo, por isso, importante a implementação de momentos de experimentação de vivências e storytelling nestas narrativas. Nestes momentos é importante abordar as emoções negativas, as crenças (ou verdades subjetivas) limitadoras, mas também as potencialidades que conduzem ao processo de superação para uma maior inteligência e memória organizacionais.

Deste modo, o conhecimento de regras e normas, sejam as individuais ou da cultura organizacional, são essenciais para que seja possível uma boa comunicação intra e interpessoal.

É importante que o colaborador saiba quem é nas suas múltiplas esferas de vivência, para que o conjunto de colaboradores formem uma equipa saudável, conhecedora das suas limitações, mas, sobretudo, de como podem superar os desafios em conjunto. No fim, todos ganham bem-estar, que nunca é em excesso.