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Empresa de calçado Lavoro vai alargar atividade ao vestuário de proteção

O presidente da ICC – Indústria de Comércio de Calçado, que detém a Lavoro, explicou à Lusa que o objetivo é aproveitar “a notoriedade” da marca para “acrescentar valor à atividade”.
11 Maio 2019, 14h50

A empresa portuguesa de calçado profissional Lavoro, de Guimarães, vai alargar a atividade à produção/representação de vestuário de proteção, prevendo lançar a nova gama de produtos dentro de um ano, disse à Lusa o presidente.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da ICC – Indústria de Comércio de Calçado, que detém a Lavoro, explicou que o objetivo é aproveitar “a notoriedade” da marca para “acrescentar valor à atividade” e complementar a atual oferta de calçado profissional da empresa com equipamentos de proteção individual para algumas profissões específicas.

Neste sentido, a Lavoro estabeleceu uma parceria com a Universidade do Minho no âmbito da qual está a decorrer em todo o país, ao longo de seis meses, um estudo antropométrico dos bombeiros portugueses que passa por digitalizações de corpo inteiro a partir das quais se tirarão medidas e encontrarão padrões médios para o fabrico do vestuário de proteção, explicou Teófilo Leite.

Esta parceria foi apresentada durante o Segurex 2019 – Salão Internacional de Segurança e Proteção, que decorre de quarta-feira até hoje na FIL, em Lisboa.

Designado ‘Size FF – Estudo Antropométrico de Bombeiros’ e dinamizado pelo professor Miguel Carvalho, o trabalho implica a digitalização a três dimensões do corpo, mãos e pés e visa “melhorar a proteção, a funcionalidade e o conforto do vestuário e acessórios de proteção individual dos bombeiros”, referiu.

O estudo faz parte do projeto norte-americano “NC170: Tecnologias de Proteção Pessoal para Riscos Ocupacionais e Ambientais Atuais e Emergentes”, que está a ser implementado por 12 universidades dos EUA.

“Estamos numa fase de estudo e desenvolvimento dos produtos. Este estudo antropométrico é a primeira fase, que vai decorrer durante seis meses, e daí resultarão os produtos finais. Diria que vamos chegar ao mercado no espaço de 12 meses”, avançou o empresário.

“Numa primeira fase”, disse, será desenvolvido vestuário de proteção para bombeiros, “mas aproveitando este estudo, que no fim de contas representa a população portuguesa, poderá ocorrer também o desenvolvimento de vestuário profissional para outras atividades”.

Sem querer ainda arriscar o peso que esta nova área de negócio poderá vir a representar na faturação da ICC, Teófilo Leite refere apenas que “o calçado representa um terço do negócio dos equipamentos de proteção individual, o outro terço é a proteção das mãos e o outro terço é vestuário, pelo que este novo segmento poderá corresponder a um aumento significativo da atividade comercial” da empresa.

A Lavoro desenvolveu já para os bombeiros a bota Fénix, indicada para “minimizar os riscos associados ao combate aos fogos florestais e mitigar os casos em que os bombeiros colocam em risco a sua integridade física por utilização de calçado profissional inadequado”.

A Fénix foi o culminar de vários ensaios realizados pelo Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais (CEIF), associado à Universidade de Coimbra, e está a ser utilizada pelos bombeiros portugueses na sequência de uma parceria com a Associação Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP).

Adicionalmente, a Lavoro desenvolveu um modelo de botas de combate – a ‘Combat Boot’ – que recebeu a certificação ‘Army Tested’ por parte do Exército português e que está já a ser utilizada por diversos contingentes militares portugueses no estrangeiro.

Conforme explicou à Lusa Teófilo Leite, estas botas foram concebidas no âmbito de um consórcio que a Lavoro integra com o Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal (CITEVE) para o desenvolvimento de novos sistemas de combate do soldado e implicou também um estudo antropométrico realizado pelo centro tecnológico da Lavoro – o SPODOS – Foot Science Center – aos pés de 230 militares portugueses.

De capital exclusivamente português, a ICC reclama a liderança nacional na produção de calçado profissional, empregando 220 trabalhadores em Guimarães, de onde exporta 80% da produção para um milhar de clientes de mais de meia centena de mercados sob as marcas Lavoro, No Risk, Portcal e Go Safe. O objetivo da empresa é atingir os cerca de 20 milhões de euros de faturação até 2020.

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