O ISQ, empresa portuguesa com mais de 50 anos de experiência no campo da engenharia, vai integrar o consórcio internacional que vai desenvolver o primeiro nano-satélite do mundo dedicado a entender melhor as alterações climáticas, nomeadamente, o degelo na Gronelândia e na Antártida e detetar circulação de água sob o estado líquido à escala regional.
De acordo com o comunicado, o projeto denominado uPGRADE recebeu um investimento de 2,6 milhões de euros e vai contar com a participação do Spin.Works (líder do desenvolvimento), Universidade do Texas em Austin (UTA), Laboratório Ibérico de Nanotecnologia (INL) e Universidade do Minho (UMinho).
Além destas duas funcionalidades, o nano-satélite poderá vir a tornar-se “o único meio de deteção” disponível para estudar os níveis de água em fontes subterrâneas, presentes, por exemplo, em algumas regiões do subcontinente indiano. “Este método permite saber que água está lá ainda que não se veja, ou que não está”, esclareceu.
“A parceria foi hoje oficialmente iniciada e uma das possíveis aplicações mais interessantes para esta tecnologia é a monitorização recorrente dos aquíferos (reservatórios subterrâneos de água) existentes no nosso planeta. Esta possibilidade vai permitir melhorar significativamente o conhecimento das dinâmicas dos aquíferos e fazer a relação com o fenómeno das mudanças climáticas”, explica Pedro Matias, presidente do ISQ, em comunicado.
Além do desenvolvimento da plataforma, a empresa aeroespacial portuguesa é responsável pelos sistemas de controlo de orientação e órbita e pelo desenvolvimento, integração e qualificação para o espaço em pequena escala do computador de bordo e dos sensores de estrelas.
A qualificação do nano-satélite está programada para o início de 2023, sendo que antes decorrerá uma vasta campanha de testes mecânicos, térmicos e elétricos.
O uPGRADE é um dos 11 projetos colaborativos de investigação e Desenvolvimento (I&D) industrial, intitulados Stategic Projects, e liderados pela indústria portuguesa em parceria com instituições de investigação nacionais e a Universidade do Texas.
Neste sentido, os projetos são cofinanciados pelo programa FEDER, através do Compete2020 da União Europeia, pelos Programas Operacionais Regionais e pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) através da iniciativa “Go Portugal — Global Science and Technology Partnerships Portugal”.
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