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Empresários e contabilistas destacam oportunidade da Grande Baía para Macau e Portugal

Maria da Assunção Abdula, presidente da Federação das Mulheres Empresárias e Empreendedoras da CPLP, apelou à união entre empresários dos países de língua portuguesa. Maria Carolina Lousinha, da Aicep, diz que a agência está disponível para ajudar na internacionalização para Macau.
18 Outubro 2019, 07h00

Os oradores presentes na quinta edição do Fórum de Jovens Empresários entre a China e os Países de Língua Portuguesa pretendem trazer mais empresas para a região de Macau, mais abertura e facilidade de negócios entre os países de língua portuguesa e apelam à união entre empresários, sobretudo para o plano Greater Bay Area (região da Delta do Rio das Pérolas, onde Macau está inserida).

Segundo Diane Aguiar, advogada da Vong Hin Fai Lawyers & Private Notary, Macau vive uns dos momentos “entusiasmantes” por ter sido incluído na zona da Grande Baía. “Acho que é curioso, porque falam em «megatrópole». Esta área representa apenas 1% da China em termos de território mas 12% do seu PIB. Este é o momento de Portugal e de os países de língua portuguesa aproveitarem”, referiu, na sessão moderada por Calvin Chui, presidente da Cimeira da Juventude de Macau e fundador da Associação de Estudantes Luso-Macaense.

Para José Farinha, sócio da BTC Consulting e diretor da Ordem dos Contabilistas Certificados, a segurança da informação financeira é fundamental para as empresas portuguesas fazerem negócios na China. Na sua opinião, para os negócios a partir de Macau para a China há cada vez mais estudos de viabilidade económica, financeira e fiscal, bem como due dilligence e projetos de fusões e aquisições. No âmbito da Feira Internacional de Macau 2019 (MIF), José Farinha destacou ainda que há cada vez mais empresas portuguesas a criar relações comerciais com a China, lembrou a importância do Instituto de Promoção do Comércio e Inovação de Macau na ponte de negócios a partir de Macau para a China e deixou um conselho ao tecido empresarial nacional: “Há que aproveitar todos os acordos que já existem como as convenções de dupla tributação e incentivos fiscais”.

Portugueses e brasileiros procuram apoio para vistos de trabalho e residência

“Quero desenvolver o mercado de Macau na minha firma, trazer mais empresas brasileiras e portuguesas. Adoro Macau e está no meu radar”, disse Thomas Wong, CEO da firma de contabilidade CW CPA, no painel “Macau: ponte de negócios para a China”. O gestor, que confessou ter algum backgroud português por ter estudou na escola portuguesa Vasco da Gama, em Hong Kong, aproveitou a ocasião para deixar algumas palavras em português à audiência, desafiando os interessados em estabelecer negócios na China Continental a um trabalho conjunto. “Algo em que tenho estado a ajudar os clientes brasileiros portugueses, quando querem vir para Macau, é nos vistos de trabalho e para residentes permanentes, e a investir em Shenzhen”, sublinhou neste encontro organizado pela Associação de Jovens Empresários Portugal-China.

Maria da Assunção Abdula, presidente da Federação das Mulheres Empresárias e Empreendedoras da CPLP, deixou um apelo à união dos empresários destes países, porque, dessa forma, conseguem enfrentar o grande mercado chinês. “Queremos abertura e facilidade para os nossos negócios. A CPLP tem nove países e 250 milhões de habitantes, onde Portugal e Brasil têm mais expressão, mas há outros que também são necessários para desenvolver os nossos negócios. Precisamos de nos organizar e fazer frente ao mercado chinês. Isoladamente ninguém pode fazer frente a nada”, propôs.

Por sua vez, a representante da Aicep – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, garantiu que a entidade está disponível para apoiar as empresas portuguesas na internacionalização e no investimento em Macau. “Estamos atentos às oportunidades que o projeto da Grande Baía pode criar nas trocas comerciais”, realçou Maria Carolina Lousinha, comissária de Comércio e Investimento da Aicep. “Temos uma equipa reforçada, com um escritório aqui em Macau, em Cantão e em Pequim. Podem contar com o nosso apoio”, concluiu neste fórum da MIF, que decorre entre os dias 17 e 19 de outubro, no hotel The Venetian.

*O Jornal Económico está em Macau a acompanhar a MIF 2019, com uma equipa de reportagem. Siga-nos no site e na edição semanal.

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