A incerteza política, depois da queda do Governo de Luís Montenegro, pode vir a adiar decisões de investimento das empresas portuguesas, mas não vai travar grandes negócios, como a venda do Novobanco ou da TAP. Os especialistas ouvidos na conferência Rota do Crescimento, que se realizou em Leiria e foi organizada pelo Jornal Económico, realçam que neste momento os maiores receios para alguns empresários parecem advir do contexto internacional numa altura em que paira a ameaça de uma guerra comercial entre os EUA e a Europa.
As mudanças políticas “terão sempre algum tipo de influência”, mas os empresários “são muito diligentes e muito ágeis. Business as usual”, disse Rui Garcia, Trade Finance Product Manager do Crédito Agrícola, notando que as empresas portuguesas “não estão à espera da decisão política e do próximo governo” para avançar com os seus investimentos. Uma resiliência que também foi destacada por Orlando Varalonga, responsável da Unidade SABSEG de Leiria, afirmando que o “nosso tecido empresarial está cada vez mais resiliente e preparado para enfrentar desafios do futuro”.
Também Francisco Patrício, sócio da Abreu Advogados, partilha desta visão. “Em Portugal, habituámo-nos a viver com uma navegação curta e à vista”, afirmou no painel sobre oportunidades de crescimento empresarial. “Tudo acontece sempre um pouco fora das expectativas e isto [a queda do Governo] é mais uma surpresa”, acrescentou, referindo que esta incerteza política “não vai ter impacto nos grandes negócios porque estão decididos e vão acontecer. Estou a lembrar-me da venda da TAP e do Novobanco ou da mudança do aeroporto para Alcochete”.
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