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Empresas assumem que crises de saúde pública não eram um risco prioritário

Em 2019, as empresas colocavam o risco pandémico na 60ª posição numa lista de 69 riscos identificados, cenário que veio trazer maiores dificuldades às equipas de gestão destas empresas em responder de forma rápida e eficaz à pandemia que se alastrou pelo mundo há cerca de um ano.
3 Fevereiro 2021, 16h36

A maioria das empresas (82%) inquiridas num estudo da Aon revelaram que as crises de saúde pública não eram um risco prioritário e que, na região EMEA (Europa, Médio Oriente e África), apenas 30% tinham desenvolvido um plano de resposta a crises de saúde antes da chegada da pandemia de Covid-19.

De acordo com o relatório ‘Reprioritizing Risk and Resilience For a Post-Covid-19 Future’, 82% dos gestores afirma que, antes da Covid-19, as pandemias ou outros tipos de crises de saúde pública não estavam na lista dos dez principais riscos para as suas organizações.

Prova disso foram os resultados do último ‘Global Risk Management Survey’, apresentado em 2019, que colocavam o risco pandémico na 60ª posição numa lista de 69 riscos identificados, cenário que veio trazer maiores dificuldades às equipas de gestão destas empresas em responder de forma rápida e eficaz à pandemia que se alastrou pelo mundo há cerca de um ano.

Outra das conclusões do estudo são as diferenças na forma como as empresas responderam à pandemia região a região. Antes da pandemia, menos de 30% dos inquiridos na região da EMEA tinha implementado um plano de resposta contra pandemias, valor semelhante ao da América do Norte, onde apenas 31% tinham estes planos implementados.

Por outro lado, 52% dos inquiridos na região APAC (Ásia-Pacífico) afirmaram já ter um programa de mitigação de cenários pandémicos desenvolvido, percentagem esta que se justifica pelo facto das organizações desta zona geográfica já terem desenvolvido no passado uma estrutura robusta para responder a ameaças pandémicas, como foi o caso do surto de SARS ou a gripe suína. Adicionalmente, e de modo transversal a todos os sectores de atividade e regiões envolvidas neste estudo, as empresas salientaram que, em relação ao risco pandémico, a sua principal prioridade está na proteção de pessoas e ativos.

Por fim, a correlação que o rácio de infeção em cada região teve na evolução das empresas pelas diferentes etapas de resposta, o estudo revela que  a América do Norte tem a percentagem mais elevada de organizações na fase de recuperação (59%), a região da APAC tem 36% das suas organizações na fase de reformulação, acima da média global de 29% – mais uma vez pela sua experiência na resposta a cenários de pandemia. Apesar das diferenças registadas, mais da metade das empresas a nível mundial foram unânimes a afirmar que esperam que a Covid-19 continue a impactar os seus negócios daqui a um ano.

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