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Empresas do sector financeiro aceleram digitalização em tempo de pandemia

Na mesa-redonda digital organizada pelo Jornal Económico com o tema “Do salto tecnológico à retoma da economia, cinco empresas do sector financeiro contaram os desafios do setor financeiro no pós-pandemia”, cinco gestores explicaram como as suas empresas adaptaram as operações ao contexto pandémico.
3 Março 2021, 16h29

A pandemia gerou vários desafios ao tecido empresarial português, um deles foi a adaptação das empresas aos meios digitais. No sector financeiro, pelo menos, cinco empresas confirmaram ter acelerado ou reforçado a digitalização dos seus negócios em contexto pandémico, durante a mesa-redonda digital organizada esta quarta-feira pelo Jornal Económico com o tema “Do salto tecnológico à retoma da economia, os desafios do setor financeiro no pós-pandemia”.

“Como a tecnologia está a mudar os serviços financeiros” foi o mote do primeiro painel. Segundo Ricardo Costa, presidente executivo da LOQR, a empresa não sentiu dificuldades em fazer uma adaptação meio digital. Embora a LOQR tenha sentido “uma aceleração” dos serviços,  a empresa, que nasceu já na era digital, já permitia “que o funcionamento fosse bastante digital”.

Algo idêntico aconteceu com a Fingeste, segundo o managing partner Carlos Carvalho. “Mas na era da pandemia fomos obrigados a acelerar todo o nosso modelo de negócio”, salientou o gestor.

Exemplo disso foi o desenvolvimento de um sistema de colaboração em rede com outros escritórios. “Tínhamos uma plataforma, investimos nela e criamos uma série de ferramentas digitais”, referiu Carlos Carvalho. Fruto desse investimento, a Fingeste sentiu uma “maior interação com os cerca de 150 escritórios que fazem parte da rede”. No final, a consultora de fusões e aquisições continuou a conseguir “trazer à mesa investidores interessados” nos seus clientes. “E isto conseguiu-se com ferramentas digitais”, garantiu Carlos Carvalho.

Dario Coffetti, diretor-geral do Oney Bank Portugal, afirmou, por sua vez, que no caso da empresa que lidera “o processo de digitalização já tinha começado antes da pandemia”.

Situação diferente vive a Credibom, uma vez que toda a operação deste banco é digital desde a sua criação, há duas décadas. Mas o que a pandemia provocou foi um crescimento desta organização, que integra o grupo francês Credit Agricole, no mercado português.

“Conseguimos capitalizar a nossa quota de mercado, este ano, com um crescimento de três pontos percentuais no sector bancário nacional. Foi resultado de investimentos realizados nos últimos três anos, que nos permitiram, nomeadamente quando as dependências bancárias foram forçadas a fechar no lockdown, que o Credibom conseguiu ter um crescimento significativo da sua quota de mercado”, explicou o deputy CEO do Credibom, Pedro Mata.

“Contudo, estamos ainda numa fase de desenvolvimento. É necessário continuar a evoluir para estarmos num quadro regulamentar que é cada vez mais exigente”, acrescentou.

No caso da ActivTrades, que é uma corretora online, “completamente adaptada às circunstâncias que hoje se tornaram constrangimentos para algumas empresas”, a pandemia “fpo a continuação da normalidade” operacional, segundo Ricardo Evangelista, analista sénior desta empresa.

“Houve um grande crescimento no número de novos clientes. As circunstâncias da pandemia ditaram que muitas pessoas começassem a trabalhar a partir de casa. Mantendo os rendimentos, sem ter onde o gastar, talvez isso tenha impulsionado muitos a começar a fazer a negociação. Por isso, assistimos a um crescimento bastante forte no número de novos clientes, também no volume de negociação que quase dobrou”, revelou.

Luís Augusto, presidente executivo do BNP Paribas Factor Portugal, garantiu, por sua vez, que o mercado de factoring está “com um nível de preparação muito grande”. Assim, tendo uma “agenda digital definida”, o BNP Paribas Factor Portugal focou-se, no contexto pandémico, na “melhoria da experiência do cliente”, com processos alicerçados em tecnologias como a inteligência artificial.

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