Menos de um ano depois, a Mota-Engil lançou novo empréstimo obrigacionista junto de investidores de retalho. Esta segunda-feira, serão conhecidos os resultados da emissão de obrigações “Mota-Engil 2024”, na sede da Euronext, em Lisboa, depois do fecho do mercado.
Há um ano, a construtora nacional levantou 110 milhões de euros com a emissão de obrigações com maturidade até 2022 e uma taxa de juro de 4,5%.
Inicialmente, com a emissão das obrigações “Mota-Engil 2024”, a construtora liderada por Gonçalo Moura Martins pretendia levantar 75 milhões de euros. Mas, quatro dias após o lançamento, a Mota-Engil decidiu “aumentar o número máximo de obrigações representativas do empréstimo obrigacionista (…) para 280.000 obrigações e, por conseguinte, aumentar o respectivo valor nominal global para até 140.000.000 euros”.
O valor da operação quase duplicou, assim, dos 75 milhões de euros para os 140 milhões de euros, numa operação que incluiu duas operações pública de troca por obrigações com maturidade até 2024. Os investidores de retalho emprestaram 116,720 milhões de euros à construtora na emissão das obrigações Mota-Engil 2024. É o quarto empréstimo obrigacionista emitido por empresas nacionais junto de investidores de retalho. Em conjunto, a SL Benfica, SAD, a TAP, a SIC e a Mota-Engil levantaram mais de 312 milhões de euros.
Com uma maturidade até 2024, os investidores que subscreveram até sexta-feira passada as obrigações “Mota-Engil 2024” serão remunerados em 4,375%, remuneração que iguala as obrigações da TAP 2019-2013, então a segunda mais atrativa, apenas superadas pela taxa de juro oferecida pela SIC (4,5%) na operação em que levantou 51 milhões de euros.
A SAD do Benfica pagou aos investidores de retalho 3,75% para emitir dívida no valor de 40 milhões.
Clubes dominam, mas ninguém paga mais do que a SAD do Sporting
Segundo os dados da Euronext consultados pelo Jornal Económico, que lista todas os empréstimos obrigacionistas junto de investidores de retalho realizados em Portugal desde 2004, as sociedades anónimas desportivas dos chamados “três grandes” – SL Benfica, FC Porto e Sporting CP – dominam o mercado de emissão de dívida.
Em conjunto, as três SAD fizeram 24 emissões de obrigações, colocando, no acumulado, 705 milhões de euros. A SAD do clube da Luz levantou 360 milhões em nove operações, tantas quantas a SAD portista, que emitiu 220 milhões de euros em dívida. A SAD sportinguista emitiu 125 milhões de euros em seis operações.
De todas estas, as obrigações do Sporting 2011-2014 foram as mais atrativas para os investidores. A SAD do clube de Alvalade colocou 20 milhões de euros em dívida, com uma remuneração de 9,25%.
nota da redação: o título do presente artigo foi alterado uma vez que o valor subscrito pelos investidores de retalho às obrigações Mota-Engil 2024 foi apenas divulgado esta segunda-feira.
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