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Empresas portuguesas estão “preparadas” para tarifas de Trump

Presidente do Banco Português de Fomento (BPF) assumiu o cargo há sete meses e tem acelerado tempos de resposta às empresas. Banco está a ajudar empresas lusas a procurarem novos mercados para substituir o norte-americano depois das tarifas dos EUA.
O presidente executivo do Banco Português de Fomento (BPF), Gonçalo Regalado, intervém durante a apresentação dos resultados do 1.º semestre, em Lisboa, 17 de julho de 2025. ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA
18 Julho 2025, 07h27

O Banco de Fomento lançou a linha de garantias BPF Invest Export com 3,5 mil milhões para as empresas portuguesas enfrentarem as tarifas de Donald Trump. Como está a adesão?
Em 20 dias recebemos mais de mil milhões de euros de candidaturas. É possível receber candidaturas das empresas, avaliarmos e aprovarmos muitas destas candidaturas, mesmo antes do dia 1 de Agosto, que é a nova data para as tarifas. É assim que temos de trabalhar: com planeamento, antecipação, permitindo aos empresários – quando chegar esta ameaça e risco – a estarem preparados com liquidez e com financiamento para responderem a todos os desafios. Sobretudo para procurarem novos mercados que compensem o mercado americano: novas geografias, novos produtos e reforçar as exportações portuguesas.

Os setores da defesa e da Inteligência Artificial (IA) estão agora em voga. O BPF está preparado?
São setores muito importantes da economia portuguesa, onde certamente teremos investimento material das empresas e dos empresários tanto na defesa como em toda a dimensão da inteligência artificial. São dois sectores onde, se Portugal tiver uma vantagem competitiva, terá um bom impacto no PIB, em exportações, em emprego, em rendimento e, sobretudo, em competitividade.

Está no cargo há sete meses e tem estado a arrumar a casa. Qual o balanço?
Deixámos de ser um banco sentado à espera das decisões dos bancos comerciais para passarmos a ser um banco de pé e a criar uma positiva dinâmica nos nossos parceiros da banca comercial que viram com as nossas garantias uma nova oportunidade de financiamento ao investimento em Portugal.

Mencionou demora nas resposta às empresas até 18 meses. O tempo já encurtou?
Quando olhamos para as garantias, a revolução foi muito mais ágil e muito mais fácil, porque simplificámos o processo. Tínhamos 27 documentos para fazer uma candidatura de 50mil a 100 mil euros e reduzimos para cinco documentos. Portanto, foi possível reduzir de 49 dias para uma semana. Queremos chegar cada vez mais a mais empresas. Já houve 6.500 empresas aprovadas com dinheiro na conta. Já temos mais de 10.000 empresas que têm hoje a sua aprovação e que aguardam apenas os contratos bancários
No capital, demorávamos meses a fio e isso não é aceitável. Temos de ter processos mais ágeis, mais simples, mais digitais, mais burocratizados, com transparência e com rigor e com impacto. Hoje estamos a ser muito mais ágeis. Já conseguimos decidir entre os três e os quatro meses.

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