Os sindicatos dos profissionais de saúde, que representam médicos e enfermeiros, estiveram esta quarta-feira na Assembleia da República para discutir com os deputados o caso das unidades de saúde SAMS e o lay-off que praticaram durante um mês.
O deputado Moisés Ferreira, do Bloco de Esquerda, abriu a discussão e qualificou como “absurdo” vários profissionais qualificados das clínicas e hospital terem sido colocados em lay-off “em plena pandemia”, sendo que o “encerramento de um hospital como o SAMS” também não é normal”. O deputado do BE questionou ainda a razão dos profissionais que testaram negativo terem continuado a trabalhar quando “o vírus tem um longo período de incubação”.
Uma questão disposta por Moisés Ferreira e reforçada por outros deputados, foi o facto das autoridades de saúde terem encerrado a Urgência devido à fonte de contágio dos profissionais mas o SAMS ter encerrado todas as unidades de saúde, deixando apenas a funcionar os tratamentos de oncologia, radioterapia e hemodiálise.
O representante do Sindicato Independente dos Médicos, Jorge Roque da Cunha, afirmou que os profissionais de saúde desta instituição estão “numa situação de gravidade extrema” e que o encerramento das unidades fez pressão no Serviço Nacional de Saúde, algo que Roque da Cunha classifica como “um crime contra a saúde pública”.
Orlando Gonçalves, do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP), apontou que o lay-off simplificado foi requerido a 24 de março mas o número de trabalhadores abrangidos pelo regime de suspensão é até à data desconhecido. O representante do CESP deu ainda o exemplo da Sonae da Azambuja, que verificou mais de 200 casos e que nunca encerrou portas do centro logístico, enquanto o SAMS apresentou menos de dez e fechou portas aos utentes e beneficiários.
Uma questão colocada pelos sindicatos presentes na discussão foi a perda de rendimentos desnecessária aos profissionais de saúde das instalações que foram colocados em lay-off, quando apenas as Urgências tinham sido encerradas aos utentes.
O representante do Sindicato Democrático dos Enfermeiros (SINDEPOR), Carlos Ramalho, apontou na Assembleia que não têm “a noção exata de quanto profissionais do SAMS ficaram em lay-off”, sabendo apenas que alguns dos profissionais de saúde que foram colocados no regime já regressaram às suas funções.
Carlos Ramalho acrescentou ainda que o encerramento da atividade do SAMS “não faz sentido” porque a SINDEPOR tem “a noção que sempre que as coisas se complicam, é o SNS que sofre”, uma vez que um hospital fica inutilizado durante uma pandemia que está a afetar todo o território nacional e provocar ruturas nos stocks hospitalares do SNS.
Nesta comissão estiveram ainda presentes a Federação Nacional dos Médicos, Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros, Sindicato dos Enfermeiros e Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem.
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