Os primeiros-ministros de Portugal e Espanha, António Costa e Pedro Sánchez, e o Presidente de França, Emmanuel Macron, confirmaram hoje, após um encontro na cidade espanhola de Alicante, o acordo para este “Corredor de Energia Verde”, para transporte de hidrogénio verde (produzido a partir de energias renováveis, menos poluentes).
O projeto, batizado H2MED, prevê uma ligação terrestre entre Celorico da Beira e Zamora, em Espanha (CelZa, com 248 quilómetros) e outra submarina entre Barcelona e Marselha (BarMar, de 455 quilómetros).
Quando o acordo entre os três países foi inicialmente anunciado, em 20 de outubro, em Bruxelas, estas eram já as ligações previstas, mas a intenção manifestada nesse dia publicamente era que servissem para transportar hidrogénio, no futuro, e gás no imediato, numa fase de transição.
Os três governos vão apresentar o projeto a fundos europeus e hoje foi confirmado que será em exclusivo para transporte de hidrogénio, para conseguir vir a ser contemplado por financiamento de Bruxelas.
O financiamento europeu do H2MED pode chegar aos 50% do custo estimado do projeto, que Portugal, Espanha e França calculam que seja de 350 milhões de euros no caso do CelZa e de 2.500 milhões no BarMar, segundo um documento divulgado hoje em Alicante aos jornalistas, após o encontro de Costa, Sánchez e Macron, que contou também com a presença da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
A presidente da Comissão Europeia saudou este acordo entre Portugal, Espanha e França, que disse estar alinhado com a estratégia de Bruxelas para a energia e afirmou ser elegível para financiamento europeu.
A candidatura que será levada a Bruxelas até 15 de dezembro contempla, no lado português, a reconversão de duas ligações atuais da rede de gás, para transporte de hidrogénio, segundo explicou o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, em declarações aos jornalistas em Alicante.
“Exigirá, da parte de Portugal, e constará do projeto de candidatura, reconversões da rede de gás para fazer chegar o hidrogénio das zonas de produção para Celorico da Beira e, por sua vez, para Espanha. Também do lado espanhol exigirá essas reconversões”, disse o ministro.
Em Portugal, estão em causa as ligações de gás entre Figueira da Foz e Celorico da Beira e a de Monforte a Celorico da Beira, sendo que a primeira é a que tem, atualmente, um “potencial produtivo mais adiantado” e pode atrair “novos projetos de hidrogénio verde” além dos que estão já ali identificados, segundo Duarte Cordeiro.
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