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Um BIP para ligar startups e investidores na energia

Partilha o nome com o aparelho eletrónico usado para comunicar nos anos 80 e 90, mas visa conectar empresas e instituições financeiras na cadeia de valor das baterias – um mercado que vai valer mais de 250 mil milhões de euros na Europa. A ideia partiu da InnoEnergy, a pedido da Comissão Europeia, e já está a captar atenções em Portugal para a exploração de lítio.
6 Outubro 2019, 09h00

Há dois anos, o vice-presidente da Comissão Europeia, Maroš Šefcovic, atribuiu à InnoEnergy a pasta de fazer crescer a Aliança Europeia para as Baterias, estabelecendo contactos com multinacionais mineiras, de exploração de lítio, reciclagem ou utilities. “Percebemos que era preciso uma quantidade massiva de dinheiro na Europa, 70 mil milhões de euros, porque a procura vai começar daqui a cinco anos. Para abrir mentes precisamos de começar agora a investir. Como se arranja esse dinheiro? Não pode ser público, no máximo seriam mil milhões. Quem tem os outros 69 mil milhões? Os bancos, os investidores”, diz ao Jornal Económico Diego Pavía, CEO da InnoEnergy, braço de inovação em energia do Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia (EIT). Após 18 meses de trabalho chegou a Business Investment Platform (BIP), que só na sala de apresentação reuniu instituições financeiras que gerem oito biliões de euros.

Este ‘Tinder do investimento’ já está a ser utilizado por várias multinacionais em projetos na Europa (incluindo Portugal), tendo por base a previsão de que, até 2025, a cadeia de valor das baterias na Europa vai representar mais de 250 mil milhões de euros por ano. A BIP quer facilitar o casamento entre empresas e instituições financeiras, encurtando o tempo até à operação de financiamento e diminuindo o risco associado à mesma – uma vez que a InnoEnergy fica encarregue de avaliar a empresa em todas as dimensões necessárias (tecnologia, equipa, cadeia logística, sustentabilidade ambiental…) até ao ‘sim’ dos bancos e das sociedades de capital de risco como BNP Paribas, Societé Générale, Equinor Ventures, etc.
“Mobilizámo-los para perceberem quais são os fundamentos de negócio da cadeia de valor das baterias e agora eles vão aderir aos projetos. O objetivo é acelerar as transações entre investidores e investidos. Em Portugal temos, com a Savannah, um dos casos onde vamos fazer essa aceleração. Basicamente, enfrentam reservas na avaliação de crédito e precisam da plataforma para diluir esses riscos e dar robustez. Por exemplo, a Savannah pode ser boa na mineração mas não tão boa noutras coisas”, defende. A par desse apoio, a BIP consegue trazer os bancos que poderão financiar explorações mineiras. Na prática, se a InnoEnergy faz a avaliação da empresa (independentemente da dimensão) e diz que é “investível”, retira-lhe risco e alicia a vinda de capital.

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