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Energias renováveis 2030: eólica offshore mantém meta de dois gigas, menos hidrogénio e emissões, mais solar

Governo aumenta a ambição em termos de energias renováveis e também em termos de redução de emissões poluentes até ao final da década.
21 Julho 2024, 14h05

O Governo concluiu a revisão do Plano Nacional de Energia e Clima 2030 (PNEC). O documento vai estar em consulta pública a partir de amanhã, 22 de julho, até ao dia 5 de setembro. Depois, será remetido à Assembleia da República para ser discutido.

Uma das surpresas é que o Governo decidiu manter intacta a meta para a energia eólica offshore de dois gigawatts (GW) até 2030. A ministra do Ambiente e da Energia já tinha dito que esta meta poderia cair, mas que estava à espera de estudos para tomar a decisão final. No fim, os dois gigas acabaram por ficar, segundo o documento a que o JE teve acesso.

No hidrogénio verde, a meta também é menos ambiciosa: dos 5,5 GW de capacidade de eletrólise previstos na versão do anterior Governo, o novo documento prevê agora 3 GW.

“O aumento de capacidade instalada para a produção de eletricidade entre 2020 e 2030, reflete a descarbonização do sistema eletroprodutor existente e procura responder às necessidades de eletricidade decorrentes do desenvolvimento da indústria verde em Portugal. Neste contexto, prevê-se um desenvolvimento industrial acentuado em Portugal, que se traduz na existência de uma capacidade de eletrólise instalada da ordem dos 3 GW em 2030 (output de H2), adicionada da restante indústria dedicada à digitalização e transição energética. Neste contexto de industrialização verde do país, prevê-se que a ordem de grandeza dos consumos de eletricidade possa atingir valores próximos dos 90 TWh”, segundo o documento.

De resto, a maioria das metas estão sensivelmente em linha com a versão do anterior Governo, mas com mais ambição face ao PNEC original, entregue em 2020.

Na hídrica, a meta é atingir 8,1 gigas até 2030, com a bombagem nos 3,9 GW.

Na eólica, a meta é atingir 12,4 gigas (10,4 de eólica onshore e 2 gigas de eólica offshore).

No solar fotovoltaico, a meta é de 20,8 gigas: 15,1 centralizado, 5,7 descentralizado, com este executivo a prever mais 400 MW de potência.

O solar térmico concentrado desapareceu do mapa.

Na biomassa/biogás e resíduos, são esperados 1,3 gigas.

Na geotermia, a meta é de 100 MW, com 200 MW para as ondas.

No gás natural, o executivo prevê 4,8 gigas em 2025 e 3,5 gigas em 2030.

Nos produtos petrolíferos, é esperado 600 MW de potência em 2025, e de 500 MW em 2030.

Nas baterias, uma novidade face ao PNEC revisto anterior, são esperados um giga de potência.

Tal como já tinha prometido a ministra do Ambiente e da Energia, este novo PNEC é mais ambicioso na meta de energias renováveis no consumo final bruto de energia, com uma quota de 51%, acima da quota anterior de 47%.

O plano da tutela de Maria da Graça Carvalho também é mais ambicioso na meta nacional para a redução de emissões de gases com efeito de estufa: 55% até 2030 face aos níveis de 2005, atingindo o limiar máximo do intervalo anteriormente estabelecido entre 45% a 55%.

Só entre 2025 e 2030, o Governo prevê aumentar a potência de energia solar fotovoltaica de 8,4 GW para 20,8 GW; um aumento de 6,3 para 10,4 GW no eólico onshore.

PNEC revisto – versão do novo Governo

PNEC revisto – versão do anterior Governo

PNEC entregue em 2020

 

 

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