O Sindicato Nacional dos Engenheiros (SNEET) acusou esta quarta-feira o Governo de faltar à palavra sobre a intervenção dos sindicatos no plano de reestruturação da TAP e denunciou, a par do Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA), uma proposta de acordo com a administração da TAP.
A acusação foi feita pelo dirigente do SNEET José Coelho, que falava na comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, durante uma audição conjunta com o Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA) e com a Comissão de Trabalhadores dos Serviços Portugueses de Handling. A audição foi requerida pelo PSD e pelo Iniciativa Liberal, para reunir informação sobre o plano de reestruturação da TAP.
O sindicato dos engenheiros, que concorda com a intervenção do Estado na companhia aérea, fez saber que nas reuniões que manteve com a tutela durante o verão foi prometido que “os sindicatos seriam parte ativa na reestruturação da TAP”. “Mas isso nunca aconteceu e, neste momento, estamos muito preocupados com a sustentabilidade da empresa e, consequentemente, com os seus trabalhadores”, afirmou José Coelho.
O dirigente sindical revelou, ainda, que no dia 18 de dezembro, foi apresentado ao SNEET uma proposta de “acordo de emergência, que é um atentado completo aos trabalhadores”.
Segundo José Coelho, os sindicatos têm até 31 de janeiro para discutir e aprovar o acordo, o que é “totalmente contrário” ao que foi prometido pelo Governo, de que “os trabalhadores iam ser parte ativa” na solução.
“Não é em 15 dias que os trabalhadores vão ser parte ativa em qualquer tipo de acordo”, concluiu.
A mesma situação foi denunciada pelo SITAVA, na mesma audição. Mas o sindicato dos trabalhadores da aviação foi mais longe, com o seu coordenador, Fernando Henriques, a acusar a administração da TAP de propor um acordo de confidencialidade um dia antes do Governo ter emitido um despacho que dava plenos poderes aos gestores da companhia para decisões fundamentais.
“Que negociação é esta, em que um dia depois [de 18 de janeiro] sai um despacho a dar poderes [à administração da TAP] para um regime sucedâneo, por que não é possível haver diálogo?”, disse o sindicalista.
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