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Ensino: Lisboa é a capital mais cara para quem vem de fora. Há quartos a 450 euros

Situação é preocupante com os valores mensais para estudar na capital a situarem-se entre 660 e 860 euros.
Universidade Aveiro
18 Setembro 2017, 11h07

A crise do arrendamento em Lisboa já é conhecida, mas agora os afectados são os estudantes que têm de encontrar um alojamento e residência a preços acessíveis na cidade. Com cada vez menos quartos disponíveis para arrendamento, os preços sobem acima dos 400 euros.

Um aluno natural do Porto contactado pelo DN explica os seus gastos mensais para poder estudar na capital.

“Cerca de 830 euros, se incluir a prestação das propinas. Fica caríssimo, é uma despesa muito elevada”, diz o jovem, adiantando que “são 350 euros para alojamento, com limpeza duas vezes por semana, 150 para alimentação, 30 para transportes, 92 para as viagens a casa, 30 para ginásio, 80 para jantares e noite, cerca de 100 euros de propinas”.

O aluguer dos quartos situava-se entre os 200 e os 350 euros por mês, mas “esta semana pediram 400 e 450 euros a alguns estudantes pelos quartos”, conta o vice-reitor da Universidade de Lisboa, Luís Ferreira, ao DN. A situação é preocupante, diz o vice-reitor, já que no total um jovem poderá ter de gastar entre 660 e 860 euros para poder estudar em Lisboa. Ao custo mensal do quarto é necessário acrescentar os gastos em refeições, transportes, material escolar e algumas idas a casa.

Luís Ferreira explica que entre os cerca de 48 mil estudantes colocados nas Universidades “cerca de 30% são deslocados” e, apesar da Universidade ter cerca de 1400 camas em residências universitárias, com prioridade para os alunos bolseiros, “são precisos mais quartos”.

O panorama não é muito melhor quando se fala nas Universidades de Coimbra e Porto. Um aluno que vá estudar para Coimbra estima-se que precise de 500 a 620 euros por mês, um valor que não é suportável para muitas famílias portuguesas.

“Há estudantes forçados a abandonar o ensino superior ou a trabalhar para pagar os estudos”, lamenta Alexandre Amado, presidente da Associação Académica.

No Porto, o valor avançado pelo DN, com base nas estimativas cedidas pela Universidade do Porto, é de 450 euros mensais sem incluir a propina anual de 999 euros.

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