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Entregas. Bicicletas elétricas portuguesas chegam ao mercado no segundo semestre

A ‘cargo-bike’ E-WM é uma bicicleta de carga elétrica desenvolvida a pensar nas pessoas e nas empresas. “Acreditamos conseguir chegar às mil unidades nos primeiros doze meses após o início da comercialização.”, disse ao Jornal Económico Luís Costa Branco, um dos fundadores do projeto.
24 Fevereiro 2021, 07h40

O mesmo nome – Luís – e o mesmo gosto – a mobilidade urbana. A dupla de empresários portugueses Luís Costa Branco e Luís Rato lançaram recentemente de negócio 100% nacional de bicicletas de carga elétricas que pretende demonstrar como estes meios de transporte são alternativas mais baratas, sustentáveis e benéficas para a saúde física e mental.

Antevendo que a apetência dos consumidores para encomendas online não vai abrandar, Luís Costa Branco diz, em entrevista ao Jornal Económico, que é “essencial” garantir que nas entregas se diminuam as emissões de gases poluentes. A solução pode passar pelas bikes chamadas E-WM que deverão chegar ao mercado em meados do segundo trimestre.

O que vos uniu neste projeto?

O Luís Rato está há anos, com sucesso, no negócio da street food e tem um passado marcado pela ligação à competição no ciclismo que lhe permite ter uma sensibilidade significativa para aquilo que são as tendências de consumo. Eu sou, há alguns anos, um utilizador assíduo da bicicleta nas minhas deslocações casa-trabalho-casa em Lisboa. Os benefícios pessoais que fui retirando desta opção, provocaram-me uma curiosidade crescente sobre estes temas, sobre o mercado e os investimentos que estão a ser feitos a vários níveis na criação de uma cultura urbana mais virada para o usufruto saudável do espaço das cidades pelas pessoas.

O que é exatamente a E-WM?

É uma bicicleta de carga elétrica pensada para o uso particular, mas também empresarial. Em Portugal, existem alguns modelos com este perfil, mas são originários de outros países europeus e não só. Um conceito nacional focado neste nicho não existia e detetámos essa oportunidade. Quanto à E-ZZY é uma aplicação de entregas de bens e de refeições que se distingue pelo facto de apenas aceitarmos, na plataforma, veículos com emissões zero. Ou seja, queremos sustentar a app nas nossas cargo-bikes, mas também poderão ser integrados ‘estafetas’ que disponham de veículos com o perfil que referi atrás. Desde bicicletas convencionais, trotinetes, motos/scooters elétricas e automóveis elétricos. É esse fator de diminuição do impacto ambiental deste tipo de serviços que queremos sublinhar. A tendência – reforçada na pandemia – para as encomendas online e consequentes entregas, vai manter-se e até aumentar. Daí que consideremos essencial diminuir as emissões de gases poluentes.

Que cargas podem ser transportadas?

As nossas cargo-bikes terão duas configurações essenciais: transporte de pessoas (nomeadamente crianças) e carga. Naturalmente, estamos muito atentos às necessidades específicas do sector da logística e temos know how e disponibilidade para configurar a zona de carga de acordo com as exigências de cada cliente a nível empresarial. Há uma diversidade de setores a que queremos chegar e será da nossa interação com o cliente que criaremos a solução ideal para o espaço de carga.

Quais as vossas previsões de vendas de ‘cargo-bikes’ para este ano?

De acordo com algumas reuniões que já tivemos com dois protagonistas importantes no sector da logística e do retalho, mas também com a nossa estratégia para chegarmos ao cliente particular e não só, acreditamos conseguir chegar às mil unidades nos primeiros doze meses após o início da comercialização. Isso deve acontecer em meados do segundo trimestre. [Inicialmente previa-se que as bicicletas estivessem à venda nos primeiros três meses de 2021]

Portugal foi o maior produtor de bicicletas da União Europeia em 2019. Acreditam que a pandemia possa ter penalizado a indústria ou, pelo contrário, impulsionar devido ao crescimento do ‘delivery’?

As cidades estão a mudar, um pouco por todo o lado, e a pandemia vem acelerar essa mudança. Lisboa, Paris, Barcelona e Amsterdão são alguns dos exemplos que podemos dar, mas há cada vez mais autarquias e empresas atentas a estas questões. A produção de bicicletas, em Portugal e noutros países, vai aumentar nos próximos dez anos e queremos naturalmente fazer parte desse crescimento. A própria Comissão Europeia já estabeleceu metas muito ambiciosas para a redução de gases poluentes para os próximos anos e as bicicletas estarão necessariamente integradas nesse esforço coletivo. Há que repensar muitos procedimentos individuais e coletivos, mas acreditamos que será fácil perceber as mais valias da mudança.

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