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“Escândalo”. Lesados do BPP criticam 4,1 milhões gastos pela comissão liquidatária em ordenados

A Associação Privado Clientes consultou o processo da Comissão Liquidatária do Banco Privado Português (BPP) junto do Tribunal do Comércio e diz que, do último relatório de 2020, “consta como “custo com pessoal” 2,0 milhões de euros”, segundo informação enviada à Lusa. Refere ainda que na rubrica “outros gastos administrativos” está inscrito o valor de 2,1 milhão de euros.
13 Dezembro 2021, 16h24

A associação de clientes lesados pelo BPP considera um “escândalo” os 4,1 milhões de euros gastos pela Comissão Liquidatária do BPP, em 2020, em ordenados e outros custos administrativos.

A Associação Privado Clientes consultou o processo da Comissão Liquidatária do Banco Privado Português (BPP) junto do Tribunal do Comércio e diz que, do último relatório de 2020, “consta como “custo com pessoal” 2,0 milhões de euros”, segundo informação enviada à Lusa.

Refere ainda que na rubrica “outros gastos administrativos” está inscrito o valor de 2,1 milhão de euros, mas sem ser especificado pela Comissão Liquidatária a que se referem esses custos.

“O facto é que somado ao ‘custo com pessoal’ tem-se uma despesa administrativa de, no mínimo, 4,1 milhões de euros anuais, valor que representa um verdadeiro escândalo se levarmos em conta que os credores esperam há mais de 11 anos” por serem compensados, afirma a Associação Privado Clientes.

Os lesados dizem que o processo não indica quem são os 28 trabalhadores nem o valor de remuneração de cada um deles, acrescentando que se for feita “uma conta rápida”, então, “em média, cada um desses 28 colaboradores custa mais de 70 mil euros anuais, pagos com o dinheiro dos credores”.

Quanto a valores fixo mensais, refere que de concreto o processo apenas refere as remunerações mensais propostas pelo Banco de Portugal e que o tribunal aceitou e fixou para 2021: o presidente, Manuel Paulo, ganha 4650 euros por mês e os vogais José Pedro Simões e José Vítor Almeida ganham cada um 3500 euros mensais.

Em 2020, a Comissão Liquidatária do BPP teve um prejuízo de 4,2 milhões de euros, ainda segundo o último relatório desse ano consultado pelos lesados do BPP.

Os lesados terminam a informação enviada a Lusa criticando a Comissão Liquidatária do BPP por, “por costume, tentar justificar os seus incumprimentos processuais sob o argumento de que ‘são parcos os meios humanos disponíveis'”, quando, dizem os lesados, apresenta “valores astronómicos relativos à remuneração de pessoal e custos administrativos”.

Os lesados do BPP têm protestado contra a Comissão Liquidatária (fizeram mesmo uma manifestação em setembro), exigindo que apresente o mapa de rateio e que haja pelo menos pagamentos parciais aos credores.

Da consulta do processo, os lesados dizem que o tribunal tem determinado que a Comissão Liquidatária apresente o mapa de rateio mas que esta “se tenta desenvencilhar de todas as formas do cumprimento de tal obrigação”.

Para os lesados, esta atuação da Comissão Liquidatária dá a entender que “se quer se perpetuar no cargo às custas dos credores”.

Criticam ainda os lesados que não constem ainda no processo junto do Tribunal do Comércio os relatórios trimestrais de 2021.

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