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Escolhas Difíceis…

Para sairmos da amarra económica em que nos encontramos, necessitamos de redirecionar fundos para o sector industrial (e agrícola) e lentamente reduzir o peso do sector terciário e não transacionável no total do PIB nacional.
17 Abril 2023, 07h15

Faz anos que a economia portuguesa não cresce, e os nossos comentadores e políticos apontam recorrentemente o dedo à educação, mas tanto quanto se sabe, a relação entre o crescimento económico e o nível de educação é baixo.
Portugal cresce menos que a Índia, Roménia, Polónia, China, entre outros, e mesmo assim, tem melhores índices ao que a educação diz respeito.

Tudo se prende com a produtividade, baixa como sabemos. Por costume, para resolver a fraca produtividade aponta-se também o dedo à educação. Mais uma vez, tanto quanto se sabe, a relação é baixa.

No entanto, a solução para a produtividade, estagnada e teimosamente baixa em Portugal, poderá prender-se com outras questões, nomeadamente, a acumulação e aplicação de capital e ainda a retenção de massa crítica.
Como sabemos, por tradição, mania ou necessidade, os portugueses veem no exterior os seus sonhos e diariamente olham além fronteiras para solucionar os seus problemas.

Na verdade, quando o voto pouco comanda e o mérito não se vê premiado, resta-nos apenas uma opção, votar com os pés. Em bom português, entenda-se, fazer as malinhas e dar corda aos sapatos.

Por outro lado, a produtividade portuguesa vê se ainda limitada pela miserável acumulação de capital dentro das fronteiras nacionais e condenada pela péssima aplicação do mesmo.

Incentivos errados e desajustados, no fim do dia só poderiam culminar numa economia que se recusa a crescer, exportando pouco à exceção de talento e importando consideravelmente bastante.

Finalmente, como aos milagres só a deus diz respeito, as soluções para Portugal são difíceis, para sairmos da amarra económica em que nos encontramos, necessitamos de redirecionar fundos para o sector industrial (e agrícola) e lentamente reduzir o peso do sector terciário e não transacionável no total do PIB nacional.

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