Espanha e França defenderam a manutenção das metas que apontam para a proibição de venda de novos carros movidos a gasolina e gasóleo até 2035, de acordo com uma carta oficial consultada pela Euronews, apesar de sugeriram, ao mesmo tempo, quer incentivos para acelerar a eletrificação como uma flexibilização da lei que responda aos esforços de transição de cada um dos fabricantes europeus. Os dois países consideram que os líderes europeus devem “manter o rumo” e defendem que os veículos com emissões zero “são indispensáveis”.
Os dois países afirmam que se as metas, no que diz respeito à proibição para veículos a gasolina e gasóleo, forem revertidas o bloco europeu “não vai conseguir atingir” a neutralidade carbónica até 2050.
A Euronews salienta que Espanha e França consideram que “não é aceitável” que os híbridos plug-in sejam favorecidos após 2035, uma posição, que de acordo com o mesmo meio de comunicação social, tem oposição de estados-membros como a Alemanha, a Itália e a Eslováquia, um bloco de países que afirma que a suas indústrias estão a ser “fortemente afetadas” pela transição obrigatória para os carros elétricos.
França e Espanha, na carta consultada pela Euronews, abordam também o investimento que tem sido feito pela indústria para o cumprimento das metas ambientais traçada pela Europa.
“Esta escolha fundamental, que orientou várias dezenas de milhares de milhões de euros em investimentos industriais na Europa desde 2023, não deve ser questionada”, defenderam Espanha e França, na carta consultada pela Euronews, afirmando que o futuro da indústria automóvel europeia será elétrico.
Na carta os dois países defenderam que a próxima revisão da lei deve refletir as dificuldades sentidas pela indústria automóvel, neste processo de transição, e assegurar incentivos para que os fabricantes europeus invistam na eletrificação da sua produção industrial que tem sede na Europa.
França e Espanha, salienta a Euronews, pediram ainda flexibilidade de modo a que se consigam atingir as metas traçadas para 2030 e 2035, considerando que essas metas devem também ter conexão com os esforços que estão a ser feitos por cada fabricante automóvel na Europa neste processo de transição.
A Euronews recorda que a atual lei, de 2023, define que pelo menos 50% a 80% das vendas de veículos novos deverão ser de emissões zero, elétricos a bateria ou movidos a célula de combustível de hidrogénio, até atingirem os 100% até 2035.
Na carta consultada pela Euronews, Espanha e França dizem ainda que a transição da indústria automóvel, para soluções eletrificadas, “não deve levar à deslocalização de empregos e ao aumento da dependência” de países terceiros.
“Pelo contrário, a revisão da regulamentação do dióxido de carbono (CO2) é a oportunidade de introduzir flexibilidade para apoiar os fabricantes que produzem veículos elétricos e compram os seus componentes na Europa”, diz a carta.
A Euronews avança também que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, informou os governos, através de uma carta datada de 20 de outubro, que “decidiu acelerar a revisão da regulamentação sobre as normas de emissão de CO2 para automóveis e carrinhas”.
Nessa mesma carta, consultada pela Euronews, Ursula von der Leyen, referiu que a Comissão Europeia “continua empenhada” no princípio da neutralidade tecnológica e da eficiência de custos, e que “está também a avaliar o papel dos combustíveis com zero ou baixo carbono na transição para o transporte rodoviário com emissões zero após 2030, como os combustíveis elétricos (…) e os biocombustíveis avançados”.
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