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Espanha: novo governo de Pedro Sánchez dá toda a prioridade à economia

O novo executivo quer foco na recuperação da economia. Mas quer ainda mais que o acordo da amnistia perca o foco que ganhou nas últimas semanas.
20 Novembro 2023, 12h57

O recém-reeleito presidente do governo de Espanha, o socialista Pedro Sánchez, apresentou esta segunda-feira o novo executivo, que tem uma quarta vice-presidência nas mãos da ministra das Finanças e da Função Pública, María Jesús Montero, e que reforça a vertente económica.

O novo governo mantém 22 ministérios, embora com mudanças de competências. Do total, 12 são liderados por mulheres e cinco estão nas mãos do parceiro de coligação, o Sumar, o spin off do Podemos. Os jornais espanhóis afirmam com algum grau de unanimidade que o novo governo insiste nas áreas mais ligadas à economia. Aliás, diz por exemplo o “El Economista”, o facto de as Finanças ascenderem à categoria de vice-presidência do executivo é claro nesse sentido.

Para os analistas, Sánchez quer dar dois indicadores: em primeiro lugar, o privado da recuperação da economia; e em segundo, a subalternização do lado político (e do acordo com o Junts per Catalunya) a uma agenda diferente, que por acaso é a economia – mas podia ser outra qualquer desde que retirasse foco naquele que é o tema mais polémico do executivo.

“A criação de uma quarta vice-presidência foi confirmada. Será liderado por Montero, que continuará como ministro das Finanças e da Função Pública nesta nova legislatura em que a tarefa mais imediata será a preparação e apresentação do teto de gastos antes de abordar o projeto de lei orçamental para 2024”, refere o “El Economista”.

O jornal chama também a atenção para o facto de a versão final das vice-presidências depender do que acontecer com a atual primeira vice-presidente, Nadia Calviño, que concorre à presidência do Banco Europeu de Investimento (BEI). Embora a eleição para o órgão financeiro da união estivesse marcada para dezembro, a votação pode ser adiada para a primavera. Por enquanto, Sánchez mantém Calviño no comando de novas áreas: será primeira vice-presidente e ministra da Economia, Comércio e Empresas.

A segunda vice-presidência continua a caber a Yolanda Díaz, ministra do Trabalho e da Economia Social. O terceiro é mantido por Teresa Ribera, inalterada à frente do Ministério da Transição Ecológica e Desafio Demográfico.

Félix Bolaños, que permanecerá à frente do Ministério da Presidência, assumirá a pasta da Justiça, até agora liderada por Pilar Llop. A mudança para a condição de ‘superministro’ aumenta exponencialmente o seu poder dentro do executivo, com uma pasta de especial relevância para gerir a lei de amnistia, refere ainda o “El Economista”.

Outra das grandes mudanças é liderada por José Luis Escrivá, que muda do Ministério da Inclusão, Segurança Social e Migração para chefiar o novo Departamento de Transformação Digital. Adiante se verá se Escrivá acabará ao não por ser o novo ministro da Economia.

O ministro do Interior, Fernando Grande-Marlaska, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e União Europeia, José Manuel Albares, a ministra da Defesa, Margarita Robles, o ministro da Agricultura, Pescas e Alimentação, Luís Planas, e a ministra da Ciência e Inovação, Diana Morant (mais as Universidades), vão continuar nos cargos em que estavam no anterior governo.

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