A decisão do primeiro-ministro Pedro Sánchez impor um imposto de 100% para residentes de fora da União Europeia que comprem casa em Espanha está a causar ondas de choque um pouco por todo o lado.
O reputado jornalista britânico, Matthew Lynn escreve esta quinta-feira no El Economista que uma vez que o imposto não pode ser recuperado quando o imóvel for vendido, “fechará efetivamente o mercado espanhol aos estrangeiros”.
O mercado imobiliário de luxo é a principal indústria na província de Málaga, na qual se destaca Marbella, um dos mais importantes destinos residenciais do mundo. Na Costa do Sol, a medida, justificada como uma tentativa de aliviar a crise de acesso à habitação que o país atravessa e que afeta também esta zona, caiu como uma bomba.
O sector do luxo teme que a decisão afaste totalmente os investidores internacionais e gere incerteza num mercado que no ano passado, segundo o El Economista, cresceu 20%, totalizando investimentos superiores a 3.200 milhões de euros só no triângulo dourado Marbella, Estepona e Benahavis.
Este mercado atrai historicamente britânicos, alemães, franceses e nórdicos e, nos últimos anos, nacionais de países como Estados Unidos, Emirados Árabes Unidos e Leste da Europa, como Polónia.
Até 2025, de acordo com o El Economista, as transações neste segmento deverão crescer cerca de 15%, impulsionadas pela procura internacional, que continua a ser crescente, e pelos grandes projetos em desenvolvimento.
A decisão de Pedro Sáanchez anunciada há dois dias é uma dupla martelada, uma vez que Espanha prepara-se para abolir já em abril os chamados Vistos Gold, que permitem que estrangeiros de fora da União Europeia obtenham autorização de residência temporária se fizerem um investimento imobiliário igual ou superior a 500 mil euros ou uma contribuição de capital significativa em dívida, fundos, ações ou depósitos.
Na perspetiva do articulista britânico Matthew Lynn, a decisão de Sánchez é puramente demagógica, não contribuindo para a solução: os afetados, em geral, não têm recursos para poder comprar moradias e “os estrangeiros ricos são um alvo fácil, assim como no Reino Unido”, país de origem de alguns, justifica. “Espanha pagará um preço alto por fechar a porta aos estrangeiros abastados”, afirma.
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