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Cinco anos da resolução do BES: os principais rostos de uma história que abalou Portugal

No dia 3 de agosto de 2014, Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, anunciou em direto televisivo o colapso do BES e o nascimento do Novo Banco através de uma injeção de 4.900 milhões. Conheça alguns dos intervenientes desta história que aqueceu ainda mais o verão em Portugal.
3 Agosto 2019, 09h00

Ricardo Salgado
22 anos depois, Ricardo Salgado saiu da liderança do BES. Enfrenta suspeitas da prática de vários crimes como burla qualificada, falsificação de documento, falsidade informática, fraude fiscal, infidelidade, abuso de confiança, branqueamento e corrupção no sector privado. Tem vários processos no Ministério Público, Banco de Portugal e CMVM. Esteve em prisão domiciliária cerca de seis meses, mas esta medida de coação já foi levantada.

Carlos Costa
Numa audição na COFMA, em maio deste ano, o governador do Banco de Portugal disse que as necessidades que têm vindo a ser registadas pelo Novo Banco resultam do o reconhecimento de imparidades e prejuízos e do aumento das exigências regulatórias. Aliás, o governador do Bdp tranquilizou o Governo sobre o BES a 7 de julho de 2014. Em cartBESa de resposta a Maria Luís Albuquerque, na época ministra das Finanças, Carlos Costa dizia que a situação do BES era “robusta”. Faltavam três semanas para o banco ser alvo de resolução.

José Maria Ricciardi
O ex-administrador do BES José Maria Ricciardi relatou no parlamento, em 2014, que viveu dois anos de “inferno total”, devido aos seus esforços para tentar alterar a situação que se ia acumulando no Grupo Espírito Santo. Já em março deste ano, em entrevista ao jornal Público, afirmou que “é verdade que a Justiça demora tempo, mas acaba por funcionar. Não tenho dúvidas que levarão a condenações”.

Passos Coelho
O antigo primeiro-ministro interrompeu por alguns momentos as férias para falar aos jornalistas sobre a decisão do Banco de Portugal, que anunciou a 4 de Agosto de 2014, um plano de capitalização do BES de 4.900 milhões de euros e a separação dos activos tóxicos (‘bad bank’) dos restantes que ficam numa nova instituição, o Novo Banco. “O que é essencial hoje é passar uma mensagem de tranquilidade quanto à solução que foi adoptada”.

Cavaco Silva
Em 2015, o antigo presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, negou-se a emprestar “explicações adicionais” sobre o Banco Espírito Santo (BES), depois de a esquerda ter-lhe pedido para comparecer no parlamento por suspeitar que não atuou com diligência antes da derrubada do banco. “O presidente da República não tem esclarecimentos adicionais a fazer”, disse visivelmente incomodado Cavaco Silva, cuja solicitação de comparecimento esteve motivada por uma carta enviada à Assembleia pelo ex-presidente do BES Ricardo Salgado, na qual disse ter-se reunido com o Chefe de Estado em duas ocasiões antes do colapso.

Álvaro Sobrinho
“Golpe”. Foi assim que Álvaro Sobrinho descreve num entrevista à revista Visão o seu afastamento da liderança do Banco Espírito Santo de Angola (BESA) em 2013 e, acima de tudo, a transformação do BESA em Banco Económico por decisão do Banco Nacional de Angola. Já os antigos accionistas do BES Angola acusam Álvaro Sobrinho de ter mentido durante a entrevista que deu à TPA e na qual afirmou que a falência do banco foi uma decisão política e não por insolvência.

Vítor Bento
Vítor Bento, líder da SIBS, surgiu como o novo presidente executivo do BES, cargo para o qual é cooptado em julho de 2014. Duas semanas depois, o Banco de Portugal aplica uma resolução ao Banco Espírito Santo, dividindo-o em duas partes. Bento e a sua equipa ficam à frente do Novo Banco, cujo capital é detido pelo Fundo de Resolução, na esfera do Banco de Portugal e das Finanças. Em setembro do mesmo ano anuncia que apresentou a demissão do seu cargo no Novo Banco, tal como José Honório e João Moreira Rato.

José Eduardo dos Santos
Resolução do BES: ‘Garantia Angola’ nunca foi aceite pelo Banco de Portugal. Era “firme, definitiva e irrevogável”, mas o Banco de Portugal não aceitou a conhecida ‘Garantia Angola’, no valor de 5,7 mil milhões de dólares, que o governo angolano, então liderado por José Eduardo dos Santos, deu ao Banco Espírito Santo Angola (BESA), filial do Banco Espírito Santo, no final de 2013. No ano passado, José Eduardo dos Santos, uma vida com 38 anos no poder, convocou os jornalistas para uma declaração sem direito a perguntas, na qual negou ter deixado a presidência com os cofres vazios.

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