É no Paraguai que está guardado um dos maiores “tesouros” do Grupo Espírito Santo (GES). São seis propriedades gigantescas, com uma área superior a 130 mil hectares – o que equivale quase a duas ilhas da Madeira. Estas propriedades agrícolas começaram a ser compradas há mais de 40 anos, em 1976, numa altura em que a terra quase não tinha valor no Paraguai, durante a ditadura de Stroessner. Mas hoje, segundo as imobiliárias que operam neste mercado da América Latina, o seu valor pode variar entre 391 milhões e mil milhões de dólares (respetivamente, cerca de 345 milhões de euros a 884 milhões de euros). O conjunto das seis propriedades chama-se “PAYCO” e tem uma outra caraterística: não está sob o arresto dos tribunais que acompanham o processo de insolvência do GES. A consultora Deloitte está incumbida de proceder à sua venda no mercado internacional.
Quando a família Espírito Santo decidiu comprar terrenos no Paraguai, na década de 70, ainda o ditador Alfredo Stroessner era presidente deste país da América do Sul. Isso aconteceu depois da revolução de Abril em Portugal, a seguir ao PREC e às nacionalizações, corria o ano de 1976. A decisão de investimento na América Latina foi tomada pelo então patriarca do grupo Espírito Santo, Manuel Ricardo, precisamente durante uma “janela de oportunidade” que lhe foi dada para reconstituir a atividade empresarial que o seu grupo familiar acabava de perder em Portugal. Assim, as suas novas geografias da atividade do grupo português no hemisfério Sul foram escolhidas depois dos “Espíritos” terem obtido luz verde do Banco Mundial para aplicarem linhas de crédito desta instituição financeira internacional em projetos agrícolas.
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