A estabilização dos preços no segundo trimestre, tanto para venda como para arrendamento, deverão levar a um aumento no número de transações imobiliárias. Esta é uma das conclusões do Índice de Sensibilidade do Setor Imobiliário divulgado pelo ‘idealista’, realizado a profissionais do setor. Ouvido pelo Jornal Económico (JE), o CEO da Century 21 Portugal, Ricardo Sousa, revela que o número de transações da mediadora teve um crescimento acima de 30% no primeiro trimestre, face ao período homólogo.
Um aumento que segundo o CEO foi “impactado sobretudo pelo mercado nacional, onde os valores médios de transação estão em linha com o ano passado, daquilo que é o valor médio das casas que estamos a vender”. A contribuir para esta subida superior a 30% estão também os processos de créditos, bem como o pipeline destes negócios.
“As aprovações de crédito para escrituras nos próximos meses leva-nos a acreditar que esta tendência se vai manter durante este ano”, afirma Ricardo Sousa, adiantando que o valor médio de transação no primeiro trimestre ronda os 200 mil euros. “Está praticamente em linha com a média que tínhamos no ano passado”, refere.
Segundo os dados da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), o número de casas vendidas registou uma subida homóloga de 13,1% e um acréscimo de 12% nos preços em 2024. Os compradores estrangeiros representaram no último ano cerca de 12% do volume de vendas, registando uma taxa de crescimento média anual de 8% entre 2019 e 2024.
De acordo com a associação liderada por Paulo Caiado, o preço médio por m2 em Lisboa e no Porto está próximos dos cinco mil e os 3.300 euros, respetivamente, sendo que os valores no mercado de luxo já alcançaram os 10 mil e 7.500 euros por m2, pela mesma ordem.
O inquérito do ‘idealista’ indica que o otimismo dos agentes imobiliários no aumento do número de transações pode ser explicado pelas recentes descidas dos juros no crédito habitação, tal como as medidas do Governo para a compra de casa dos jovens até 35 anos, com a isenção de IMT e garantia pública.
No entanto, Ricardo Sousa diz que, no caso da Century 21 Portugal, estes fatores não contribuíram “de todo” para o crescimento de vendas da mediadora.
“Obviamente que chamou a atenção, com muita procura por parte dos jovens. São mais os negócios que temos em curso com jovens, que já temos o crédito aprovado e ainda não conseguimos encontrar a casa, porque tem que bater certo o valor da casa com a sua taxa de esforço, do que os negócios que realmente concretizámos”, explica.
No que diz respeito à procura de casa, o CEO defende que as áreas metropolitanas de Lisboa e Porto continuam a ser os principais alvos dos portugueses, com grandes movimentos entre os concelhos das duas regiões.
“Estamos a ver um movimento de pessoas a ampliar os seus critérios de procura de casa e a irem para o corredor Oeste, em direção a Mafra, Malveira e margem sul. Vemos as famílias a procurarem a oferta disponível, que se encaixa no seu poder de compra e naquilo que podem, de facto, assumir a sua prestação mensal ao banco da casa que podem comprar”, salienta.
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