A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, apontou Matos Fernandes, Eduardo Cabrita e Ana Mendes Godinho como “ministros cujos mandatos se arrastam sem capacidade de fazerem as mudanças necessárias”. Na segunda ronda de intervenções do debate sobre o estado da nação, que está a decorrer nesta quarta-feira na Assembleia da República, a ex-parceira de ‘geringonça’ do anterior executivo de António Costa pôs em causa a capacidade de iniciar o próximo ciclo político mantendo o atual elenco governativo.
Na avaliação de Catarina Martins, o ministro do Ambiente, Matos Fernandes, está “marcado pelo descrédito devido à transigência com a fraude da EDP no negócio das barragens”, enquanto sobre Eduardo Cabrita referiu que “desde o inexplicável silêncio sobre o assassinato de Igor Homeniuk [imigrante ucraniano que foi morto quando estava detido nas instalações do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras no aeroporto de Lisboa] o ministro da Administração Interna já só se livra de um caso quando se mete noutro”.
Por último, sobre Ana Mendes Godinho, a coordenadora do Bloco de Esquerda sentenciou que a “ministra da Segurança Social acumula confusões e omissões nos apoios aos trabalhadores afetados pela crise”.
Admitindo que os analistas dirão que “governar em pandemia provoca desgaste”, Catarina Martins defendeu que a “única forma de compensar esse desgaste é impor sempre o critério do interesse público e responder ao pais que ouve incrédulo relatos dos grandes devedores da banca que assaltam os cofres do Estado”.
Interpelada de seguida pelo deputado Tiago Barbosa Ribeiro, elemento da ala esquerda do PS que é candidato à Câmara do Porto, o qual a desafiou a dizer se o Bloco de Esquerda “continua cético” quanto ao caminho iniciado em 2015 ou está disponível “para construir o futuro”, a coordenadora bloquista sugeriu que Barbosa Ribeiro terá “sofrido com algumas votações que tem feito neste Parlamento”.
“Como e que é um deputado que defende com tanta força os direitos dos trabalhadores se sentiu quando votação contra a contratação coletiva proposta pelo Bloco de Esquerda?”, perguntou Catarina Martins, enumerando o que considera serem momentos em que o PS fez “poucochinho” para defender rendimentos e postos de trabalho no contexto da pandemia de Covid-19.
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