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Estado fecha primeiro semestre com excedente acima de 2 mil milhões de euros

É uma melhoria evidente em relação ao défice de 2,6 mil milhões do período homólogo e ao superavit de 600 milhões até maio, contando com o forte contributo da receita fiscal, nomeadamente do IRC.
Portuguese Minister of State and Finance Joaquim Miranda Sarmento (C), Claudia Reis Duarte (R), Secretary of Syte for the Fiscal Affairs, and Jose Maria Brandao de Brito, Assistant Secretary of State for the Budget, attend a press conference about the 2025 state budget at the Finance Ministry in Lisbon, Portugal, 10 October 2024. EPA/ANTONIO PEDRO SANTOS
30 Julho 2025, 15h42

O primeiro semestre fechou com um excedente de mais de 2 mil milhões de euros, isto em contabilidade pública, segundo os dados da Entidade Orçamental (EO) divulgados esta quarta-feira, 30 de julho. Tal corresponde a uma inversão do défice registado em igual período do ano anterior e a uma melhoria assinalável em relação ao superavit registado até maio, refletindo um aumento de 20% na receita fiscal.

O excedente das Administrações Públicas (AP) na primeira metade de 2025 foi de 2.008,6 milhões de euros, ou seja, bastante acima dos 597,2 milhões registados até maio. Comparando com o ano passado, o primeiro semestre havia registado um défice de 2.672 milhões de euros, sendo que, para esta evolução, foi determinante o comportamento da receita fiscal.

A EO faz saber que a receita das AP cresceu 13,9% contra apenas 4,5% do lado da despesa, sendo que o acréscimo na vertente fiscal é o que mais salta à vista. Esta componente acelerou 20%, contando com uns impressionantes 210,5% de aumento na execução do IRC, embora “influenciada pelo efeito do desfasamento dos prazos para o pagamento da autoliquidação de IRC entre 2024 e 2025 – em 2024, este prazo foi prorrogado para 15 de julho e, em 2025, para 30 de junho”, lê-se no comunicado.

A receita associada ao IRS também cresceu 12% e a do IVA subiu 11,3%, enquanto os impostos especiais sobre o consumo também tiveram dinâmicas merecedoras de destaque: o ISP acelerou 13,6% e o imposto sobre o tabaco outros 20,9%. Já o IMT viu uma receita 40,4% acima do primeiro semestre de 2024.

Por sua vez, as receitas contributivas subiram 8,3% e a não fiscal e não contributiva 6,1%.

Olhando para o subsector Estado, o crescimento da receita fiscal é ainda maior, com 22%. Ignorando ainda o efeito prorrogação do pagamento de IVA, a receita deste imposto sobe 1.321,6 milhões de euros, ou 11,6%, em termos homólogos.

“Assim, excluindo este efeito, o efeito do pagamento de impostos diferidos em sede de IRC em fevereiro de 2024 (117 milhões de euros) e o efeito do desfasamento dos prazos para o pagamento da autoliquidação do IRC, a receita fiscal apresenta um crescimento homólogo de 7,5% (2012,7 milhões de euros)”, esclarece a EO.

Olhando para a despesa, os gastos com pessoal cresceram 8,5%, refletindo o efeito “associado às medidas de valorização remuneratória para a generalidade dos trabalhadores em funções públicas, e que refletem, por um lado, a mudança da base remuneratória e, por outro, a atualização do valor dos vencimentos”, à qual acresce a valorização de carreiras específicas.

Em comunicado, o Ministério das Finanças fala num resultado que “reforça a confiança do Executivo de que o país atingirá um excedente orçamental este ano, em contabilidade nacional, em torno dos 0,3% do PIB”.

“Os resultados hoje conhecidos, quanto ao desempenho das contas públicas e quanto ao crescimento do PIB, comprovam que a trajetória económica e orçamental, definida pelo Executivo, está correta, em particular, quanto aos objetivos fixados para este ano: crescimento da economia, manutenção de um excedente orçamental e redução continuada da divida pública”, remata a nota.

[notícia atualizada às 15h49]

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