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Estados Unidos e Rússia estendem tratado de controlo de armas nucleares

Apesar das desentendimentos e das más relações entre Washington e Moscovo, os dois Estados conseguiram prorrogar por cinco anos o tratado de controlo de armas conhecido por New Start.
3 Fevereiro 2021, 18h21

Os Estados Unidos e a Rússia anunciaram esta quarta-feira que prorrogaram o tratado de controlo de armas conhecido por New Start (assinado em abril de 2010 e Praga) por cinco anos, preservando o último tratado que limita o o desenvolvimento dos dois maiores arsenais nucleares estratégicos do mundo.

O pacto, que dia expirar na próxima sexta-feira, foi estendido até 5 de fevereiro de 2026, apesar das disputas bilaterais sobre a prisão do dissidente russo Alexei Navalny, do suposto hacking cibernético de agências governamentais dos Estados Unidos por parte de agentes russos e do desentendimento em relação à Ucrânia, à Crimeia e à Bielorrússia.

O tratado, que entrou em vigor em 2011, limita os Estados Unidos e a Rússia na instalação de no máximo 1.550 ogivas nucleares estratégicas cada um e impõe restrições aos bombardeiros, mísseis terrestres e submarinos que servem para os lançar.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que tomou posse em 20 de janeiro, agiu rapidamente para estender o tratado, depois de o seu antecessor, Donald Trump, ter tentado em vão vinculá-lo a negociações triplas com a China – medida que foi tomada como uma forma de acabar com o próprio tratado.

Tanto Washington quanto Moscovo consideraram a extensão uma vitória, dizendo que proporcionaria estabilidade e transparência em questões nucleares, mesmo que reconhecendo algumas das suas divergências.

“Mesmo enquanto trabalhamos com a Rússia para promover os interesses dos Estados Unidos, também trabalharemos para responsabilizar a Rússia pelas ações adversas, bem como pelos abusos dos direitos humanos”, disse o novo secretário de Estado Antony Blinken, em comunicado.

Por seu lado, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse, em comunicado, estar satisfeito com a prorrogação, e optou por não abordar questões paralelas, mas criticou os Estados Unidos por desistirem de outros pactos de controlo de armas.

“Esperamos que este entendimento nos permita deixar para trás a tendência de desmantelamento dos mecanismos de controlo e não proliferação de armas, tão prevalente nos últimos anos devido às políticas destrutivas dos Estados Unidos”, dizia o comunicado.

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