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Estados Unidos: Trump e Biden prometem uma transferência pacífica

Longe do mal-estar que se verificava há quatro anos, mas também há oito anos, o presidente eleito e o presidente cessante mantiveram um encontro cordial. Pelo menos durante o pouco tempo a que a comunicação social pôde assistir.
Jim Lo Scalzo / Jim Bourg / EPA
14 Novembro 2024, 07h30

Por certo que ainda muitos se lembram dos semblantes carregados que Donald Trump e Barack Obama ostentavam quando ambos se encontraram na Casa Branca para a transferência de poder na sequência das eleições de 2016. Como também se lembram da truculência da passagem de poder entre Trump e Joe Biden em 2020. Os dois últimos protagonistas, que esta quarta-feira voltaram a encontrar-se para mais uma transferência de poder na Casa Branca, prometem que desta vez será tudo pacífico. O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, rivais políticos de longa data, prometeram uma transferência tranquila de poder em janeiro, segundo adianta a imprensa norte-americana.

Os dois líderes sentaram-se lado a lado diante da fogueira no Salão Oval, como costuma suceder, uma cena pacífica que quase desmente as tensões entre ambos. A reunião terminou após cerca de duas horas.

“Estamos ansiosos para ter, como dissemos, uma transição suave, fazer tudo o que pudermos para garantir que esteja acomodado e tenha tudo o que precisa”, disse Biden. “Bem-vindo, bem-vindo de volta.” “A política é difícil, e em muitos casos não é um mundo muito bonito, mas é-o hoje, e eu aprecio muito uma transição que será o mais suave possível, e eu aprecio muito isso, Joe”, disse Trump, que assume o lugar para que foi eleito a 20 de janeiro do próximo ano.

Os jornais testemunharam, antes de serem rapidamente encaminhados para fora do salão, que a tradicional cortesia de receber o presidente eleito esteve de regresso, mas recordaram que, em 2020, foi bem diferente. Foi um forte contraste com as críticas que os dois homens lançaram um ao outro, e as suas respetivas equipes têm posições muito diferentes sobre praticamente tudo – com a exceção da China. Segundo as mesmas fontes, a primeira-dama Jill Biden juntou-se ao marido para cumprimentar Trump à chegada, tendo-lhe entregue uma carta manuscrita de parabéns.

“Ele acredita nas normas, acredita nas nossas instituições, acredita na transferência pacífica de poder”, disse a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, sobre a decisão de Biden de convidar Trump. Do lado de fora dos portões da Casa Branca, os sinais da iminente transferência de poder eram evidentes, com a construção já em andamento para as arquibancadas onde os convidados VIP se sentarão durante o desfile que acontecerá após a posse de Trump. Dezenas de funcionários da Casa Branca reuniram-se ao ar livre para ver a chegada de Trump, referia uma reportagem da agência Reuters.

“As equipas de transição Trump-Vance continuam envolvidas construtivamente com as equipas do governo Biden-Harris em relação a todos os acordos contemplados pela Lei de Transição Presidencial”, disse Brian Vance, porta-voz de Trump.

Valerie Smith Boyd, diretora do Centro de Transição Presidencial da Parceria para o Serviço Público, uma organização sem fins lucrativos que assessora as novas administrações, disse que o acordo indica que os Estados Unidos têm apenas um presidente de cada vez.

Reuniões com agências federais à parte, Biden e Trump discutiram diversos tópicos, incluindo política externa. Para a Reuters, o presidente cessante pode ter pedido a Trump que apoie a Ucrânia, mas oficialmente não há qualquer indicação sobre os temas abordados.

Antes do encontro, Trump teve uma reunião com os republicanos do Congresso, tendo-se feito acompanhar por Elon Musk, designado líder de um recém-criado Departamento de Eficiência Governamental.

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