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Estas aldeias querem combater o isolamento do interior com nómadas digitais

“Nunca foi o nosso objetivo disponibilizar apenas espaços de trabalho, queremos sim proporcionar experiencias de trabalho inusitadas e inspiradoras, onde os trabalhadores remotos possam sentir o pulsar do território e das nossas gentes”, afirma Célia Gonçalves.
12 Novembro 2021, 16h51

O projeto ‘Rede Aldeias de Montanha’, liderado por Célia Gonçalves, propõe-se a combater o isolamento do interior à boleia da nova tendência do trabalho remoto. O grande objetivo é oferecer espaços de trabalho integrados nas comunidades do interior de Portugal e proporcionar experiências turísticas que se misturem com a nova realidade dos chamados “nómadas digitais”.

Célia Gonçalves, uma das principais responsáveis do projeto, participou no quinto ‘Observatório Jornal Económico/Crédito Agrícola’ dedicado ao tema “Os desafios da diversificação da economia”, esta sexta-feira, 12 de novembro, onde explicou as diferenças entre o co-working dito “tradicional”, e o modelo proposto pela ‘Rede Aldeias de Montanha’.

“Se 2020 nos trouxe algo de positivo foi a possibilidade de agilizarmos a presença nos gabinetes e o teletrabalho ficou validado como uma solução para grande parte dos trabalhadores e as empresas já estão a ajustar as suas dinâmicas perante o sucesso da experiência. Os nómadas digitais ou os full time travelers, serão uma certeza do turismo na próxima década. É daí que nasce o projeto das aldeias de montanha”, afirma Célia Gonçalves.

A responsável afirma que o projeto é pioneiro não só em Portugal, mas também na Europa: “Neste projeto, que nós entendemos que tem a designação de cooperativa co-work de aldeias de montanha, um dos propósitos foi dar vida a espaços que estavam totalmente desocupados, entendemos este projeto como um projeto de experimentação, e queremos testar como é que uma rede de co-working pode atrair mais turistas/trabalhadores a estes territórios”.

Para tal, a aposta vai para espaços no interior português que reúnam factores como a economia circular, a tecnologia, o design quilómetro zero, criatividade e inovação. “Nunca foi o nosso objetivo disponibilizar apenas espaços de trabalho, queremos sim proporcionar experiencias de trabalho inusitadas e inspiradoras, onde os trabalhadores remotos, os freelancers, possam sentir o pulsar do território e das nossas gentes”, sublinha Célia Gonçalves.

“Nesses espaços de co-working, tudo foi produzido nesse território. Nós estamos a ativar todo um ecossistema de pequenas empresas, de artesãos que participaram neste projeto, produzindo aquilo que de melhor sabem fazer”, diz.

Para os mais céticos, a Rede Aldeias de Montanha funciona através de uma plataforma semelhante às agências de viagens, onde é possível fazer uma reserva do espaço de trabalho, mas com um factor adicional: potenciar visitas prévias aos principais pontos de interesse que determinada aldeia e território tem para oferecer.

“Entendemos que o projeto das aldeias da montanha, pegando neste projeto especial de co-working, será certamente uma alavanca para mostrar que é possível um turismo de qualidade, mas também trabalhar nos territórios do interior do país”, conclui Célia Gonçalves.

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