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Estatal petrolífera da Arábia Saudita bate todos os recordes

A Aramco estreou-se em grande no mercado de dívida: a companhia de petróleo saudita recebeu uma procura de mais de 85 mil milhões de dólares, um valor nunca antes alcançado.
Bloomberg Finance LP
9 Abril 2019, 15h27

O processo de estreia da Aramco, a petrolífera da Arábia Saudita, no mercado de dívidas confirmou o grupo estatal como o mais lucrativo do mundo. As agências encarregadas de colocar o grupo tiveram acesso às suas contas e revelaram que o seu lucro líquido em 2018 chegou a 111.100 milhões de dólares, cerca de 99 mil milhões de euros, e as receitas subiram para 355.900 milhões de dólares, cerca de 316 mil milhões de euros.

Com suporte desses números estratosféricos, os investidores lançaram-se na compra dos primeiros títulos lançados pela Aramco. A emissão iria testar o apetite dos investidores internacionais pelo petróleo, ou talvez mais propriamente pela empresa estatal do setor da Arábia Saiudita, o que pode não ser exatamente a mesma coisa. A procura é, de qualquer modo, uma espécie de teste que poderia desbloquear o IPO esperado da gigante do petróleo, inicialmente prevista para o ano passado e agora adiada para 2021.

A resposta do mercado não podia ser mais conclusiva sobre o apoio concedido à sua emissão: a Aramco planeia colocar cerca de 10 milhões de dólares em títulos, divididos em cinco períodos: três, cinco, dez, 20 e 30 anos. A procura cobre mais de oito vezes a oferta: excedeu os 85 mil milhões de dólares.

A magnitude deste montante pulveriza todos os registos anteriores de procura de emissões emergentes. Em 2016, a Arábia Saudita recebeu pedidos de 67 mil milhões de dólares na emissão de dívida soberana e, mais recentemente, no ano passado, o Catar capitalizou uma procura de 52 mil milhões de dólares.

A gigante do setor do petróleo sublinhou aos investidores que, se as agências de rating não mantivessem as suas notações de crédito atribuído à Arábia Saudita em ‘baixa’ por causa do caráter estatal da empresa, a classificação da emissão teria alcançado a nota máxima: o triplo A.

Para realizar a emissão, a Aramco contratou os serviços da Lazard, JPMorgan, Morgan Stanley, HSBC, Citi, Goldman Sachs e National Commercial Bank.

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