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Estivadores denunciam campanha difamatória na Madeira

O presidente do SEAL estranha também que o grupo Yilport tivesse solicitado o cumprimento de serviços mínimos nas ligações para a Madeira, uma vez que aquele grupo não faz o carregamento de navios para esta Região Autónoma.
12 Fevereiro 2020, 11h14

O Sindicato dos Estivadores negou hoje que a greve convocada para o Porto de Lisboa possa estar a afetar o transporte de bens essenciais para a Madeira uma vez que a paralisação só terá início dia 19 de fevereiro.

“São totalmente falsas as notícias que justificam uma alegada falta de bens essenciais no arquipélago da Madeira com a greve convocada pelo SEAL (Sindicato dos Estivadores e Atividade Logística) para o porto de Lisboa”, refere um comunicado divulgado na passada terça-feira pelo sindicato, salientando que a referida greve ainda não teve início.

“Não deixa de ser surpreendente aliás, que as notícias falsas [publicadas na imprensa regional da Madeira] tenham desde logo merecido intervenções políticas, inicialmente por parte do CDS/Madeira”, acrescenta o comunicado do SEAL, que também acusa o Governo Regional da Madeira de ter aderido ao que diz ser uma “campanha difamatória” contra os estivadores.

Em declarações à agência Lusa, o presidente do SEAL, António Mariano, lamenta a alegada campanha difamatória contra os estivadores e sublinha que o pré-aviso de greve não abrange o grupo português ETE, que faz o carregamento de navios para a Madeira.

“O absurdo, e por isso sentimos-nos na obrigação de fazer este comunicado. É que o pré-aviso de greve deixa de fora o grupo ETE, que faz o carregamento dos navios que abastecem, em exclusivo, a Madeira. Não há nenhum navio da Madeira que esteja exposto a este pré-aviso de greve”, frisou.

“De cada vez que há uma greve de estivadores, diz-se que todos os produtos vão faltar. Depois há uma corrida aos supermercados, os produtos acabam mesmo por esgotar, mas não por causa da greve, e depois aumentam-se os preços. Penso que poderá haver aqui algum aproveitamento dos agentes económicos”, acrescentou António Mariano.

O presidente do SEAL estranha também que o grupo Yilport tivesse solicitado o cumprimento de serviços mínimos nas ligações para a Madeira, uma vez que aquele grupo não faz o carregamento de navios para esta Região Autónoma.

“O absurdo disto é que o grupo Yilport, ou não sabe as cargas que movimenta, ou está deliberadamente a tentar confundir o mercado ou a participar nesta campanha contra os estivadores”, disse António Mariano.

No comunicado, o SEAL manifesta também “surpresa pela posição do grupo SONAE”, que, “aproveitando essa mesma campanha difamatória, deu sequência à mesma, criando `compensações em cartão´ de 10% do valor das compras, para colmatar os alegados `transtornos causados pelos atrasos nos portos´”.

“Parece que a greve dos estivadores até serve para alimentar, na Madeira, uma campanha de marketing do próprio Continente”, acrescenta o comunicado, reiterando que a falta de bens essenciais na Madeira não pode ser justificada com uma greve que ainda não começou e que nem sequer irá afetar qualquer ligação marítima para a Madeira.

Contactada pela Lusa, fonte oficial da cadeia de hipermercados Continente disse que, entre 31 de janeiro e 8 de fevereiro, “não chegou à Madeira qualquer barco de produtos”, acrescentando que, nesse período, “estava a decorrer uma campanha do Continente com 10% de desconto”.

De acordo com a mesma fonte, “o Continente resolveu alargar o período de campanha”, de modo a “compensar os clientes”.

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