A Deloitte publicou o Global TMT Predictions 2025 e nele conclui que mais de 30% dos smartphones vendidos em 2025 terão funcionalidades de GenAI integradas.
A inteligência artificial (IA) deverá em 2025 tornar-se mais acessível em dispositivos móveis e prevê-se que, em 2025, mais de 30% dos smartphones incluam funcionalidades de GenAI, enquanto cerca de 50% dos computadores portáteis terão capacidades de processamento local para esta tecnologia.
O estudo da Deloitte “Technology, Media & Telecommunications (TMT) Predictions” identifica 2025 como um ano determinante para a inteligência artificial generativa (GenAI) e o setor da tecnologia, media e telecomunicações. O estudo destaca desafios técnicos e sociais que influenciarão a evolução destas áreas.
O avanço tecnológico, que leva a um maior consumo de eletricidade pelos centros de dados globais, é uma das questões centrais levantadas. Estima-se que este consumo duplique para 4% até 2030, impulsionado pelo crescimento acelerado das aplicações de GenAI, que exigem mais energia do que outras utilizações.
O estudo revela ainda que o aumento da criação de conteúdos gerados por inteligência artificial, incluindo conteúdo com intuito malicioso, como os deepfakes, está a levantar preocupações acrescidas sobre a autenticidade e segurança no ambiente digital. “Como tal, e em linha com o que se está a verificar na área da cibersegurança, é esperado o desenvolvimento de tecnologias avançadas que permitam detetar e mitigar conteúdos manipulados e falsos”, defende a Deloitte.
Pedro Tavares, partner e líder da indústria de technology, media & telecommunications da Deloitte, diz, citado na nota, que “a concretização do impacto das tecnologias emergentes dependerá em larga medida da capacidade do setor para construir pontes, colmatando as lacunas ainda existentes na adoção e utilização destas inovações. Nesse sentido, e segundo o TMT Predictions, no que à IA e Gen AI diz respeito, será necessário ter em conta, por exemplo, o equilíbrio dos investimentos já realizados, as capacidades dos agentes deAI, que deverão ganhar maior peso, e a gestão das preocupações em torno da gestão do consumo de energia dos centros de dados”.
“Para além da Gen AI, são também esperados avanços significativos em cloud computing e nas telecomunicações, que deverão trazer níveis de eficiência sem precedentes, novos modelos de negócio e experiências melhoradas para os consumidores” refere o partner da Deloitte que diz ainda que está convencido de que “a forma como coletivamente abordarmos estes desafios irá definir o futuro não só da sociedade atual, mas de todas as gerações que se seguem”.
Entre as principais tendências destacadas pela Deloitte para o setor das TMT a nível global em 2025 inclui-se a previsão de os centros de dados representarão cerca de 2% do consumo global de eletricidade em 2025, uma percentagem que poderá vir a aumentar consideravelmente já que, até 2030, se estima que o consumo global poderá atingir os 1.0065 TWh anuais devido à procura gerada pela GenAI – passando para cerca de 4% do consumo global.
Este aumento das necessidades de consumo cria desafios relacionados com a sustentabilidade, obrigando à procura de fontes de energia de baixo carbono.
A Deloitte aponta ainda para um fosso crescente entre as necessidades energéticas dos centros de dados e as capacidades das redes elétricas, além de desafios relacionados com os objetivos de sustentabilidade das empresas.
Na opinião da consultora, as soluções para mitigar esta tendência incluem a melhoria da eficiência energética de chips e algoritmos de IA, a otimização das aplicações de GenAI e a transferência do processamento para dispositivos periféricos, reduzindo a carga sobre os centros de dados.
O estudo prevê ainda que o mercado de dispositivos móveis deverá continuar a crescer significativamente em 2025. A Deloitte prevê um aumento global de 7% nas vendas de smartphones, em comparação com 5% em 2024. Este crescimento será impulsionado pela introdução de funcionalidades de AI e GenAI nos dispositivos, elemento que deverá estar presente em mais de 30% dos smartphones vendidos em 2025.
Nos computadores portáteis, a adoção será ainda mais acelerada, com cerca de 50% dos modelos vendidos a integrar capacidades de processamento de GenAI.
A Deloitte defende que a integração da GenAI poderá ainda ser uma alavanca para a venda de dispositivos premium, com um estudo anteriormente divulgado pela Deloitte a indicar que 50% dos consumidores entre os 24 e os 45 anos considerariam atualizar os seus smartphones antecipadamente para ter acesso a funcionalidades de IA generativa.
A consultora refere também que o aumento da criação de conteúdos gerados por inteligência artificial, incluindo deepfakes, levanta preocupações sobre a autenticidade e segurança no ambiente digital.
A Deloitte prevê que, tal como acontece no setor da cibersegurança, serão desenvolvidas tecnologias avançadas para detetar e mitigar conteúdos manipulados.
“As empresas tecnológicas estão a adotar algoritmos de aprendizagem profunda para identificar atempadamente fraudes, enquanto utilizam metadados criptográficos para validar a origem dos conteúdos”, refere. Neste contexto a Deloitte recomenda a implementação de medidas como autenticação multi-fator, formação e sensibilização dos utilizadores para a autenticidade dos conteúdos e os potenciais danos dos conteúdos falsos e cruzamento de fontes para mitigar os riscos associados a conteúdos falsificados.
Setor de telecomunicações vai modernizar os seus softwares de sistemas de suporte operacional e empresarial
O estudo diz que a partir de 2025, prevê-se que as empresas de telecomunicações modernizem e automatizem os sistemas informáticos específicos para as telecomunicações: o software de suporte empresarial (BSS), que consiste essencialmente na gestão de encomendas de clientes, gestão de relacionamento com clientes e faturação, e o software de suporte operacional (OSS) que gere as ordens de serviço, o inventário de rede e as operações de rede.
“À medida que esta modernização acelera, o BSS e o OSS podem alcançar uma integração mais eficaz através de ferramentas como APIs e microsserviços, tirando partido de soluções definidas por software com base na cloud que estão disponíveis em configurações padrão prontas a utilizar e modulares. A longo prazo, poderá até haver uma integração do BSS e do OSS numa única plataforma, conduzindo a maior eficiência (incluindo uma redução de custos), novos fluxos de receitas, e à capacidade de tirar maior partido das tecnologias de Gen AI”, defende a Deloitte.
O estudo revela ainda que as plataformas de streaming estão em fase decrescente após o pico de utilização. “Após atingir um pico em 2024, o número de subscrições de serviços de streaming por consumidor deverá começar a diminuir em 2025”, conclui a Deloitte.
O estudo deste ano prevê que o “SVOD stacking” – a tendência de subscrever vários serviços de streaming de vídeo autónomos – tenha atingido o seu limite e comece a diminuir em 2025.
“O mercado deverá estabilizar com dois a três operadores independentes por região, complementados por plataformas agregadoras que consolidarão conteúdos numa única oferta, replicando o modelo tradicional de fornecedores de televisão paga”, refere o estudo.
Esta mudança pode reduzir os custos e criar um ecossistema de streaming mais sustentável.
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