[weglot_switcher]

Estudo da KPMG revela baixa confiança na IA em Portugal e necessidade de regulação

Com mais de 48 mil participantes de 47 países, incluindo mais de 1.000 inquiridos portugueses, a pesquisa mostrou que apenas 36% dos portugueses se sentem dispostos a confiar na IA, comparado com 46% a nível global.
25 Junho 2025, 17h13

Um estudo global intitulado “Confiança, utilização e atitudes em relação à IA”, realizado pela KPMG em parceria com a Universidade de Melbourne, revelou que Portugal é um dos países que menos confia na Inteligência Artificial (IA).

Com mais de 48 mil participantes de 47 países, incluindo mais de 1.000 inquiridos portugueses, a pesquisa mostrou que apenas 36% dos portugueses se sentem dispostos a confiar na IA, comparado com 46% a nível global. Esta desconfiança é atribuída principalmente a preocupações sobre a segurança da tecnologia e princípios éticos.

Apesar da baixa confiança, Portugal apresenta um elevado nível de aceitação da IA, com 70% dos inquiridos a utilizarem a tecnologia em contextos profissionais. Esta é a quarta edição do estudo e, em comparação com 2022, nota-se uma diminuição da confiança global, mesmo com o aumento da adoção da IA.

João Sousa Leal, Head of Advisory da KPMG em Portugal, destaca a importância da confiança nas relações humanas e tecnológicas, afirmando que a adoção da IA deve ser acompanhada por uma abordagem estratégica que assegure o seu uso responsável e ético.

O estudo também revela um duplo sentimento entre os portugueses em relação aos riscos e benefícios da IA. Enquanto 88% acreditam que a IA pode trazer benefícios, 85% expressam preocupações sobre os resultados negativos da sua adoção. O benefício mais citado é a melhoria da acessibilidade e a redução do tempo em tarefas repetitivas (77%), enquanto a perda de interação humana é um dos principais riscos identificados.

Em relação à regulação, 80% dos inquiridos em Portugal afirmam sentir a necessidade de uma maior regulamentação na área da IA, com apenas 7% a conhecer as políticas e regulamentos existentes. A preocupação aumenta para 89% quando se trata de combater a desinformação gerada pela IA, com um apelo para que empresas de notícias e redes sociais implementem processos rigorosos de verificação de factos. Com várias eleições à vista, 75% dos portugueses manifestam receio de que estas possam ser manipuladas por IA ou bots, em comparação com 64% a nível global.

No que toca à literacia em IA, Portugal apresenta uma média inferior à global, embora 74% dos inquiridos afirmem saber utilizar eficazmente ferramentas de IA, e 45% acreditam ter as competências necessárias para usar esta tecnologia de forma adequada.

 

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.