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Estudo do Credit Suisse diz que empresas familiares têm dado mais retorno de capital do que as ‘não familiares’

O Credit Suisse Research Institute publicou a quinta edição do seu estudo intitulado “A Família 1.000: Valores familiares e criação de valor”. Nele constata algumas vantagens das empresas familiares cotadas face às congéneres não cotadas, no que toca ao retorno do investimento.
Jeenah Moon/Bloomberg
21 Março 2023, 11h06

O Credit Suisse Research Institute publicou a quinta edição do seu relatório “Family 1.000: Family values and value creation”.

Nannette Hechler-Fayd’herbe, diretora de Investimentos para a região EMEA e Diretora Global de Economia e Pesquisa, refere que “este último estudo do Research Institute explora o modelo de negócios e o desempenho do investimento de empresas familiares cotadas e de propriedade dos fundadores, e é o mais recente de uma série de estudos que publicamos sobre o tema”.

“As empresas familiares representam parte importante dos universos de ações cotadas em vários mercados e entendê-las bem é obter uma visão mais profunda das oportunidades de investimento em ações. Descobrimos que os retornos do capital das empresas familiares têm consistentemente refletido prémios em cada região sobre as suas concorrente ‘não familiares’ entre 1,5% e 2,0%, mostrando um historial sustentado de criação de valor superior por parte das empresas familiares”.

O relatório aborda o comportamento das empresas familiares, identificando que estas produziram um retorno anual ajustado de 300 pontos de base acima das empresas não familiares desde 2006, consistente em todas as regiões analisadas.

Na sua Conferência anual sobre Investimento Asiático, o Credit Suisse divulgou o último relatório “The Family 1000: Family values and value creation” no qual constata que, apesar dos gastos mais conservadores em investigação e desenvolvimento, há evidências que mostram que as empresas familiares podem transformar uma ideia inovadora numa proposta lucrativa de forma mais eficaz do que as empresas não familiares.

O Credit Suisse utilizou o seu conjunto de dados “Family 1.000” – um universo de 1.000 grandes empresas familiares que se estendem pelas Américas, Europa e Ásia-Pacífico, sendo esta última onde estão situadas mais de metade delas.

Há um desempenho mais forte nas empresas familiares da geração anterior, reflexo da fase inicial do seu ciclo de vida empresarial e do crescimento mais forte que o acompanha, diz o gabinete de estudos do Credit Suisse.

O enfoque especial no relatório deste ano é o tema da inovação e das empresas familiares. Uma análise do universo da Família 1.000 revela que as empresas familiares gastam menos em investigação e desenvolvimento (I&D) do que as suas congéneres não familiares. Apesar dos gastos mais conservadores em I&D ou “input inovador” por parte das empresas familiares, podem gerar um maior “output inovador” graças ao maior capital humano específico da empresa gerado por funcionários mais antigos, ao capital social mais forte e a um modelo operacional de gestão mais eficiente.

 

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