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Estudo em casa: Aulas na televisão arrancam hoje para um milhão de alunos

Os professores já vieram a público mostrar a sua preocupação com os alunos que se arriscam a ficar para trás na sua aprendizagem, por não terem acesso tanto a computadores ou internet, como à televisão. Governo diz que as aulas na televisão não substituem os professores e que os alunos sem internet e só com acesso ao Estudo em Casa têm de ter um professor mentor atribuído pela sua escola para o acompanhar. Consulte aqui os horários das aulas
20 Abril 2020, 08h00

As aulas na televisão vão arrancar hoje para cerca de 990 mil alunos do 1º ao 9º ano de escolaridade. O programa Estudo em Casa no canal RTP Memória vai ter lugar de segunda a sexta-feira das 9 horas às 18 horas e foi uma das resposta encontradas pelo Governo para manter as aulas à distância durante a pandemia da Covid-19.

Os professores já vieram a público mostrar a sua preocupação com os alunos que se arriscam a ficar para trás na sua aprendizagem, por não terem acesso tanto a computadores ou internet, como à televisão.

Durante a apresentação do projeto a 15 de abril, o primeiro-ministro reconheceu que existem alunos sem acesso a ferramentas digitais e que, como tal, o Estudo em Casa vai tentar colmatar esta lacuna.

O ministério da Educação, por sua vez, garante que os “conteúdos apresentados e os recursos disponibilizados neste espaço não substituem os professores”.

E que os professores titulares e diretores de turma devem assegurar um contacto regular com os alunos pelos meios disponíveis. No caso dos alunos sem computadores ou equipamento informático “devem prever-se formas” de os alunos “manterem contacto com os professores, através do envio de mensagens,
de textos coletivos ou de qualquer outro meio de combate ao isolamento social”.

No caso dos alunos que recebem conteúdos exclusivamente pela televisão “deve ser  atribuído um professor mentor, responsável pelo estabelecimento de contacto,  individualmente e em parceria com outras entidades da comunidade. Este contacto visa o acompanhamento das tarefas em curso, a verificação de que os alunos estão a assistir às emissões e que desenvolvem outras atividades propostas pela escola”, de acordo com o ministério da Educação.

A Federação Nacional de Professores (FNE) defendeu que o ministério da Educação em conjunto com outras entidades deve promover a “disponibilização de equipamentos e de acesso à internet a docentes e alunos que não reúnam estas condições de participação nas modalidades de ensino a distância, garantindo o acesso a todos”.

“A universalidade do direito de acesso deve constituir uma preocupação essencial do Ministério da Educação, como primeiro patamar da equidade que seria desejável que fosse atingida, ainda que nestas precárias condições”, destaca a FNE.

Por sua vez, a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) sublinha que “há muitas famílias com elevado nível de iliteracia digital. Depois, como com todos os outros, poderão não existir os equipamentos informáticos e a internet em casa ou serem  insuficientes os recursos disponíveis”.

Sobre o acompanhamento do Estudo em Casa sublinha que “também o acompanhamento de emissões televisivas carece de um apoio, muitas vezes direto, mas difícil ou, mesmo, impossível de satisfazer pela família. Acresce que os recursos materiais disponíveis nas escolas não são os mesmos que têm, alunos e docentes, em casa, nomeadamente programas específicos para as diferentes problemáticas, e que os alunos dominam e estão habituados a utilizar”.

Na sua visita aos estúdios da RTP na semana passada, o primeiro-ministro reconheceu que “há um conjunto de pessoas que não têm acesso a plataformas digitais” e que “por isso era preciso complementar a oferta, para chegar mesmo a todos, “criámos este programa” para “poder ser mais acessível”.

O primeiro-ministro sublinhou que esta o Estudo em Casa é uma “oferta complementar que não substitui o trabalho” dos alunos com os professores.

António Costa prometeu durante a sua intervenção que no próximo ano letivo todos os alunos vão ter direito a equipamentos, rede e acesso digital para criar uma “escola do tempo de hoje, com as tecnologias de hoje”.

Os alunos que não puderem assistir às aulas em direto, podem revê-las através da plataforma da RTP Play ou através do canal do YouTube.

O estudo em casa vai ser transmitido na RTP Memória: TDT (posição 7); MEO (posição 100); NOS (posição 18); Vodafone (posição 17); Nowo (posição 13).

Consulte aqui os horários das aulas do Estudo em Casa.

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