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Estudo indica que automação pode fazer desaparecer 1,1 milhões de empregos em Portugal

A indústria transformadora e o comércio serão os setores mais afetados pelas novas tecnologias, segundo um estudo que prevê uma perda de 1,1 milhões de postos de trabalho até 2030 devido à automação. Mas a automação também traz boas notícias.
  • REUTERS/Christinne Muschi
17 Janeiro 2019, 07h37

A estimativa consta do estudo ‘Automação e o Futuro do Trabalho em Portugal’, elaborado pelo McKinsey Global Institute e pela Nova School of Business and Economics, e que será apresentado nesta quinta-feira, na conferência ‘O Futuro do Trabalho em Portugal’, organizada pela Confederação Empresarial de Portugal, que terá lugar no Museu da Eletricidade, em Lisboa.

Segundo o estudo, que analisou cerca de 800 profissões e 2000 tarefas desempenhadas em diversos setores de atividade – identificando 18 competências de base necessárias para desempenhar qualquer posição e a capacidade de automação de cada uma delas -, Portugal tem “um elevado potencial de automação, quando comparado com outros países”, visto que o peso da indústria transformadora na economia nacional ainda é considerável.

Cerca de metade do tempo despendido pode ser automatizado com as tecnologias que já existem, e essa percentagem de tempo crescerá para 67% em 2030, pelo que um cenário em que 26% desse tempo fosse automatizado levaria à perda de 1,1 milhões de postos de trabalho até essa data. Além da indústria transformadora, também o comércio será afetado.

Oportunidades de crescimento

Em sentido contrário, a automação e o crescimento económico que daí advém pode levar, ainda segundo o estudo apresentado nesta quinta-feira, à criação de 600 mil a 1,1 milhões de novos postos de trabalho até 2030. Os setores mais beneficiados pela “enorme oportunidade” da transformação digital da sociedade e da economia nacionais serão a saúde, assistência social, ciências, profissões técnicas e construção.

Os autores do estudo advertem que cerca de 1,8 milhões de trabalhadores portugueses terão de melhorar competências ou mudar de emprego até 2030, o que “coloca desafios significativos que exigirão um papel ativo tanto pelo Governo como pelo setor privado no processo de reconversão da força de trabalho”.

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