Terá sido um dos dias mais estranhos de todos os que os eleitores do Partido Democrata viveram desde que começaram a votar nas primárias norte-americanas: eram recebidos nas mesas de voto por elementos da organização munidos de luvas e desinfetante para as mãos, pediam para que se despachassem e não permitiam a formação de filas.
A votação de ontem nos Estados da Flórida, Illinois e Arizona – que elegem 441 congressistas democratas – pode ser decisiva, tanto mais que, segundo os jornais norte-americanos, todas as sondagens apontam para Joe Biden como vitorioso em cada uma das regiões.
Aliás, as sondagens mostram que os votantes democratas passaram a ir atrás do líder – ou seja, desde que Biden tomou a dianteira que o seu único rival, Bernie Sanders, começou a cair a pique nas intenções de voto. Agora, segundo os analistas, é só uma questão de tempo: Jeo Biden será quase de certeza o democrata a confrontar Donald Trump nas eleições de e de novembro próximo.
Ohio –onde são eleitos 136 delegados – também fazia parte do programado das votações de ontem, mas o governador Mike DeWine disse que as preocupações com a saúde pública tornaram a votação pessoal muito perigosa. Um juiz do Estado bloqueou o seu primeiro esforço para adiar a votação para 2 de junho, mas o diretor de saúde do estadual ordenou que as mesas de voto fossem encerradas como uma emergência de saúde.
As autoridades dos três Estados onde se realizou o escrutínio garantiram que era seguro votar, apesar dos temores sobre o novo coronavírus, que alterou drasticamente a vida norte-americana. Mas nem todos parecem estar convencidos disso, e não são só as autoridades sanitárias do Ohio que pensam assim. Segundo a agência Reuters, há vários Estados que estão a ponderar suspender as primárias e adiá-las para mais tarde.
Para já, não há indicações de que estas suspensões interfiram diretamente com o dia das eleções para a presidência, mas com certeza que tanto no campo dos democratas como no dos republicanso, já haverá quem esteja a fazer contas. Principalmente depois do precedente (longínquo) registado na passada segunda-feira, quando o presidente francês Emmanuel Macron decidiu adiar a segunda volta das eleições regionais francesas.
Na segunda-feira, a Casa Branca recomendou que todos deviam evitar reuniões de mais de 10 pessoas e o fecho de bares e restaurantes. Escolas, empresas, eventos desportivos e culturais foram suspensos em todo o país.
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