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EUA bloqueiam tentativa da junta de Myanmar para recuperar mil milhões de dólares

Os militares no poder tentaram movimentar cerca de mil milhões de dólares depositados no Federal Reserve Bank de Nova York dias depois de tomarem o poder em 1 de fevereiro passado.
4 Março 2021, 20h46

Os militares no poder em Myanmar tentaram movimentar cerca de mil milhões de dólares depositados no Federal Reserve Bank de Nova York dias depois do golpe de 1 de fevereiro, o que levou as autoridades norte-americanas a congelarem os fundos, segundo avança a agência Reuters.

A transação tentada a 4 de fevereiro em nome do Banco Central de Myanmar foi bloqueada, enquanto as autoridades protelaram a aprovação da transferência até que uma ordem executiva emitida pelo presidente Joe Biden lhes deu autoridade legal para bloquear definitivamente a operação. Um porta-voz do Fed de Nova York recusou comentar o assunto e o Departamento do Tesouro também não quis falar sobre a matéria.

A tentativa ocorreu depois de os militares de Myanmar terem instalado um novo governador do banco central. Foi um aparente esforço dos generais de Mianmar para limitarem a exposição a sanções internacionais depois do golpe e das prisões, incluindo a líder de facto do país, Aung San Suu Kyi, que venceu as eleições em novembro.

Os Estados Unidos, Canadá, União Europeia e Grã-Bretanha emitiram novas sanções após o golpe e a subsequente repressão do exército contra os manifestantes – contando-se já com várias vítimas mortais: a ONU disse esta quinta-feira que pelo menos 54 pessoas foram mortas desde o golpe, havendo mais de 1.700 pessoas presas, incluindo 29 jornalistas.

Ao anunciar uma nova ordem executiva abrindo caminho para novas sanções aos generais golpistas e aos seus negócios, Biden disse que os Estados Unidos estavam a tomar medidas para impedir que os generais “tivessem acesso indevido” aos mil milhões do fundo do governo de Mianmar.

As reservas de Myanmar seriam administradas por parte do Fed de Nova York, conhecido como Banco Central e de Serviços de Contas Internacionais (CBIAS), onde muitos bancos centrais mantêm reservas em dólares norte-americanos para diversos fins, como a liquidação de transações.

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