EUA: Economia avança 3,1% em termos anualizados no terceiro trimestre

A economia norte-americana cresceu mais do que o esperado no terceiro trimestre, avançando 3,1% em termos anualizados, acelerando em relação ao trimestre anterior e ficando acima da estimativa inicial de 2,8%. O consumo foi principal motor desta evolução, embora todas as componentes tenham sido revistas em alta em relação à estimativa rápida, marcando novo trimestre de crescimento sólido e surpreendente.

Numa análise homóloga, a maior economia do mundo cresceu 2,7%, ou seja, ligeiramente menos do que no trimestre anterior, quando havia avançado 3%. Recorde-se que os dados do crescimento nos EUA são reportados numa perspetiva anualizada, enquanto o reporte típico na maioria dos países (incluindo na Europa) é dado em termos homólogos. Nesta análise anualizada, o crescimento do terceiro trimestre é o mais alto deste ano.

Os gastos de consumo aceleraram ao ritmo mais pronunciado desde o início do ano passado, com 3,7%, uma evolução que se reparte entre bens (5,6% de crescimento) e serviços (2,8%). Também do lado público a contribuição para o PIB foi positiva, com um aumento de 5,1%.

O investimento fixo também cresceu acima do esperado, com 2,1% enquanto o impacto da componente externa foi menor do que inicialmente estimado, sendo revisto em alta de -0,57 pontos percentuais (p.p.) para -0,43 p.p..

Estes dados ficam em linha com a mensagem da Reserva Federal na quarta-feira, quando voltou a cortar juros, mas sinalizando menos descidas previstas no próximo ano. Um dos motivos prende-se precisamente com a dinâmica de crescimento, que continua bastante mais forte do que os analistas têm antecipado.

Esta quarta-feira, Powell sublinhou precisamente a expectativa de grande parte do mercado quanto a “um abrandamento da economia […], mas tal continua a não acontecer”. Olhando para a ferramenta de projeções da Fed de Atlanta, que construiu este modelo de previsões para o crescimento da maior economia mundial, o último trimestre deste ano pode trazer um resultado ainda mais expressivo, apontando a 3,2% em termos anualizados.