Algumas das maiores empresas dos EUA ofereceram-se para prestar apoio e assistência financeira a funcionárias que tenham de cruzar fronteiras, estaduais ou nacionais, para abortar em segurança, em resposta à decisão do Supremo Tribunal norte-americano que, na sexta-feira, decidiu avançar com a lei antiaborto, no processo conhecido como ‘Roe v Wade’.
Segundo o “The Guardian”, potencialmente milhões de mulheres vão, em breve, procurar cruzar fronteiras estaduais para o procedimento, pelo que muitos empregadores já acrescentaram pacotes apelidados de “saúde crítica” aos benefícios extrassalariais dos funcionários.
Bank of America, Goldman Sachs, Citigroup, JPMorgan Chase, Disney, Condé Nast, Warner Bros Discovery, Apple, Meta, e Netflix são algumas das empresas que anunciaram a medida.
As medidas refletem, em alguns casos, a elevada responsabilidade que as empresas agora sentem em responder à pressão de investidores, clientes e funcionários num momento em que os valores corporativos não correspondem às legislações dos estados em que estão sediadas.
“Continuaremos a fornecer benefícios que apoiem as escolhas de planeamento familiar dos nossos colegas sempre que formos legalmente autorizados a fazê-lo”, escreveu a líder de recursos humanos do Citigroup, Sara Wechter, num memorando aos funcionários.
A Apple disse que o pacote de benefícios existente permite que os funcionários viajem para fora do estado para atendimento médico, e a Meta, empresa responsável pelo Facebook, disse que oferecerá um reembolso das despesas de viagem “na medida permitida por lei”.
Embora as grandes empresas possam mitigar a decisão do Supremo, as medidas podem não atender às preocupações dos funcionários.
De acordo com o Instituto Guttmacher, pró-escolha, as proibições e restrições ao aborto não reduzem a gravidez indesejada ou a procura por abortos. Em vez disso, impõem obstáculos significativos à obtenção de cuidados, causando stress para quem quer abortar, conduzindo a gravidezes forçadas, com todas as suas consequências.
“As evidências também mostram o impacto desproporcional e desigual que as restrições ao aborto têm sobre pessoas que já são marginalizadas e oprimidas – incluindo comunidades negras e outras pessoas de cor, pessoas com baixos rendimentos, jovens, comunidades LGBTQ, imigrantes e pessoas com deficiência”, disse a presidente do instituto, Herminia Palacio, em comunicado.
Em resposta, governos regionais e organizações comunitárias iniciaram esforços de divulgação para ajudar qualquer pessoa que precise do procedimento médico. O autarca de Baltimore, Brandon Scott, anunciou que a cidade fornecerá 300 mil dólares em subsídios para organizações que oferecem aborto e planeamento familiar.
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