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EUA: Falências associadas a cartões de crédito atingem máximos de 2010

Desde o rescaldo da grande crise financeira nos EUA que as famílias não falhavam tantos pagamentos nos cartões de crédito, um sinal de prováveis problemas junto dos consumidores após um episódio inflacionista e o disparo dos juros que se seguiu.
30 Dezembro 2024, 12h14

O número de falências pessoais relacionadas com cartões de crédito nos EUA renovou máximos de 2010, fruto do episódio inflacionista recente e das discrepâncias de rendimento na maior economia do mundo.

Segundo dados da BankRegData citados pelo Financial Times, os primeiros nove meses do ano viram as famílias norte-americanas falharem 46 mil milhões de dólares (44,1 mil milhões de euros) de pagamentos em cartões de crédito, uma subida de 50% em relação a igual período do ano passado e novo máximo em 14 anos.

Este indicador é normalmente visto como um barómetro da saúde financeira dos consumidores da maior economia do mundo, que começa agora a antecipar problemas nas classes mais desfavorecidas.

Após vários trimestres de inflação bastante elevada, para os padrões históricos nos EUA, e do aperto monetário mais rápido dos últimos 40 anos, as famílias com menor poder de compra veem agora o seu rendimento disponível bastante esmagado, apontam os analistas citados pelo Financial Times. Enquanto os consumidores com rendimentos mais elevados estão fora de perigo, os com salários mais baixos registam taxas de poupança próximas de zero.

Com o consumo ameaçado aquando da pandemia, os bancos norte-americanos concederam crédito a consumidores frequentemente rejeitados pelo sistema financeiro, face também à aparente robustez concedida pelas transferências do Governo federal.

Essa política acabou por agravar a dinâmica inflacionista que já se verificava, sendo que a subida rápida de juros que se seguiu esmagou ainda mais o rendimento disponível das famílias, que se viram então obrigadas a pagar juros muito mais elevados. Nos 12 meses terminados em setembro, os norte-americanos que não conseguiram pagar na totalidade as duas despesas de crédito viram-se obrigados a gastar 170 mil milhões de dólares (162,7 mil milhões de euros), isto quando os balanços de cartões de crédito ultrapassaram o bilião de dólares a meados do ano passado.

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