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EUA: Inflação recua em abril ainda sem efeitos evidentes das tarifas

O indicador avançou 0,2% em cadeia e 2,3% em termos homólogos, ou seja, abrandando em relação à leitura de 2,4% no mês anterior. Os analistas esperavam nova leitura em linha com março, mas a inflação acabou por desacelerar marginalmente apesar do anúncio de tarifas no início de abril.
13 Maio 2025, 16h34

A inflação nos EUA ficou abaixo do esperado em abril, mês em que o presidente Trump anunciou uma leva de tarifas como não se via há mais de um século, mas cujos efeitos ainda não se materializaram. Em cadeia, o índice de preços no consumidor (IPC) subiu 0,2%, contrariando uma descida de 0,1% em março, mas ficando abaixo dos 0,3% previstos.

Esta leitura em cadeia significa uma variação de 2,3% em termos homólogos, isto quando o mercado antecipava nova leitura de 2,4%, semelhante à registada em março. É o valor mais baixo para o IPC nos EUA desde fevereiro de 2021. Olhando para o indicador core, que ignora as componentes energética e alimentar, a inflação em abril foi de 2,8%, ou seja, igual à do mês anterior.

Os custos com a habitação continuaram a pesar na leitura, mostrando uma variação homóloga de 4% com um impacto considerável no indicador, dado que esta componente representa mais de um terço da sua composição. Ainda assim, os dados prospetivos quanto ao mercado imobiliário norte-americano apontam para um recuo no ritmo de crescimento das novas rendas celebradas, sinalizando um provável alívio nos próximos meses neste ramo da economia.

Em sentido inverso, os preços de passagens aéreas, hotéis e eventos de lazer recuaram, bem como das mercearias, levando à desaceleração em termos homólogos do indicador nominal.

Os mercados e analistas esperavam com ansiedade esta divulgação à procura de sinais já do impacto das tarifas, mas este não se materializou – por enquanto. A visão dominante entre os economistas é que, apesar das reversões anunciadas entretanto pela Casa Branca, o impacto acabar-se-á por sentir mais cedo ou mais tarde.

Do lado da política monetária, a Fed ganha assim mais margem de manobra para cortar taxas em breve (em linha com os comentários repetidos de Trump) por duas vias: por um lado, a pressão nos preços parece estar a acalmar, enquanto, por outro, o crescimento não deverá sofrer tanto negativamente com a política comercial.

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