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EUA: Quase 40% dos contratos cancelados pela DOGE não têm impacto orçamental

Entre contabilidades inflacionadas, erradas ou enganadoras, a poupança federal conseguida pelos contratos cancelados pela agência liderada por Elon Musk têm um impacto financeiro muito abaixo do reportado e cifrado como objetivo.
Tesla Elon Musk Donald Trump
FILE PHOTO: Tesla CEO and X owner Elon Musk speaks as Republican presidential nominee and former U.S. president Donald Trump looks on during a rally at the site of the July assassination attempt against Trump, in Butler, Pennsylvania, U.S., October 5, 2024. REUTERS/Carlos Barria/File Photo
25 Fevereiro 2025, 15h13

Mais de um terço dos contratos federais terminados ou cancelados pelo departamento liderado por Elon Musk na nova administração norte-americana não deverão ter qualquer impacto orçamental, de acordo com dados do governo dos EUA consultados pela Associated Press (AP). Na prática, estes contratos já haviam sido cumpridos do lado financeiro, pelo que o governo federal continua obrigado por lei a cumprir as obrigações firmadas.

No detalhe, 417 dos 1.125 contratos terminados pelo Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) não têm impacto financeiro, isto julgando pelos dados publicados pela própria agência liderada por Elon Musk. Em termos relativos, são 37% dos contratos já cancelados, correspondendo a situações em que o governo já gastou ou se comprometeu legalmente com o uso dos fundos previstos.

Entre os contratos explicitados pela AP estão, por exemplo, subscrições deste órgão de comunicação social ou do ‘Politico’ – ou seja, valores já pagos e impossíveis de reaver com o cancelamento do contrato. Na mesma linha, programas de pesquisa científica ou formação profissional foram cancelados depois de os fundos terem sido já gastos, juntando-se a esta contagem.

Somam-se a estes 417 contratos sem impacto outros 51 de baixo valor que, todos juntos, representam menos de um milhão de dólares de poupança.

Esta análise surge uma semana depois de a divulgação inicial dos dados revelar um reporte inflacionado dos números da poupança conseguida com a agência. Entre contabilidades erradas (como um contrato listado como poupando 8 mil milhões de dólares, quando valia apenas 8 milhões) e inflacionadas (assumindo valores máximos em contratos plafonados), a agência falava numa redução de 55 mil milhões de dólares (52,4 mil milhões de euros), mas o impacto real não deve passar de uma pequena fração disso, segundo a análise do ‘Washington Post’.

O ‘Wall Street Journal’ coloca a poupança em apenas 2,6 mil milhões de dólares (2,5 mil milhões de euros) este ano, muito abaixo dos 7 mil milhões (6,7 mil milhões de euros) reportados pela agência.

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