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EUA: regresso ao Acordo Nuclear “muito difícil” se as negociações se arrastarem

Alinhando com os Estados Unidos, a França exorta o Irão a “tomar as decisões finais” nas negociações de Viena, para permitir o regresso do acordo de 2015 que limita o programa nuclear de Teerão.
25 Junho 2021, 18h10

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, advertiu esta sexta-feira o Irão que a administração Biden pode desistir de voltar ao Acordo Nuclear de 2015 (JCPOA) se as negociações em Viena se arrastarem e se se mantiver a indefinição relativamente ao que o regime de Teerão quer.

“Chegará um ponto em que será muito difícil voltar aos padrões estabelecidos pelo JCPOA”, disse Blinken em Paris. Em conferência de imprensa com o ministro dos Negócios Estrangeiros de França, Jean-Yves Le Drian, Blinken disse que a responsabilidade está agora do lado do Irão.

A França mostrou-se alinhada com os Estados Unidos: “Esperamos que as autoridades iranianas tomem as decisões finais – sem dúvida difíceis – que permitirão que as negociações sejam concluídas” em Viena, disse Le Drian.

Há vários meses que os envolvidos no Acordo Nuclear – Reino Unido, China, Alemanha, França, Rússia e Irão, com a participação indireta dos Estados Unidos e da União Europeia – estão reunidos em Viena para o restaurarem, o que permitiria o alívio das sanções norte-americanas a Teerão em troca da redução do seu programa nuclear. Mas, passadas várias semanas, ainda não foi possível um entendimento final.

No domingo, o enviado do Irão às negociações, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros Abbas Araghchi, disse que estavam perto de um acordo, mas que ainda existem lacunas. “Estamos mais perto do que nunca de um acordo. Mas não é uma tarefa fácil diminuir a distância entre nós e um acordo”, disse Araghchi à televisão nacional iraniana.

É de recordar que o Irão passou há uma semana por eleições presidenciais e que Hassan Rouhani, até agora presidente, foi substituído por Ebrahim Raisi. Será com certeza natural que as negociações de Viena passem por um pequeno período de readaptação. Mas, na sua primeira conferência de imprensa depois de ser eleito, Raisi mostrou-se favorável à conclusão do acordo e ao regresso dos Estados Unidos ao seu perímetro. Mas não a qualquer preço, explicou.

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