A Reserva Federal norte-americana deixou tudo inalterado na reunião de política monetária de dezembro, tal como era esperado face ao recuo da inflação nas leituras mais recentes. O mercado dava como certo esta opção de manter os juros diretores entre 5,25% e 5,5%, começando já a perspetivar cortes no início do próximo ano, uma expectativa que a Fed tentará acalmar no discurso de Jerome Powell.
A reunião desta quarta-feira não trouxe novidades para a política monetária norte-americana, que continua a ter como objetivo a chamada ‘aterragem suave’ de que o presidente do organismo, Jerome Powell, tem falado nos últimos meses. Com a inflação a recuar a olhos vistos e o crescimento no terceiro trimestre a chegar a 3%, esta parece uma hipótese bastante real.
Juntamente com a decisão de política monetária, a Fed atualizou as suas previsões macroeconómicas, revendo em baixa a projeção para as taxas diretoras no final do próximo ano. Em setembro, o Comité Federal de Mercado Aberto (FOMC, em inglês) apontava a uma taxa de 5,1% a fechar o próximo ano, valor esse que foi cortado em 50 pontos base (p.b.) para 4,6%.
A luta contra a inflação parece estar em vias de ser ganha, levando o mercado a olhar agora para a normalização esperada da política monetária, que passará por cortes de juros. Considerando os 5,5% com que 2023 fechará, esta previsão implicaria um corte acumulado de 90 p.b. no próximo ano, um cenário consistente com o gráfico de previsões dos membros do FOMC, que aponta para três a quatro cortes.
O resto das previsões do banco central não mostram grandes diferenças em relação ao exercício de projeções mais recente, de setembro. O PIB deve avançar 1,6% no próximo ano, uma melhoria de 0,1 pontos percentuais (p.p.), e a expectativa para a inflação também foi cortada em 0,1 p.p. para 2024 e 2025, com a Fed a esperar agora 2,4% e 2,1%, respetivamente.
A leitura mais recente da inflação medida pelo índice de preços no consumidor (IPC) indica 3,1% em novembro, a taxa mais baixa em cinco meses, o passo que o índice de preços com gastos pessoais de consumo (PCE), o indicador de referência da Fed para avaliar a pressão nos preços, recuou para 3% em outubro, um valor não visto desde março de 2021.
[notícia atualizada às 19h14]
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