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EUA: Yellen reconhece que taxas de juro poderão ter de subir para evitar sobreaquecimento da economia

A secretária do Tesouro norte-americano voltou a dar razões aos investidores para se preocuparem com uma possível subida das taxas de juro, dada a performance atual da economia, que pode levar a um sobreaquecimento. Na semana passada, o presidente da Reserva Federal havia garantido que a instituição manterá os apoios à economia “o tempo que for necessário”.
Joshua Roberts/Reuters
4 Maio 2021, 21h25

A secretária do Tesouro norte-americano, Janet Yellen, avisou esta terça-feira que as taxas de juro de referência da maior economia do mundo poderão ter de ser subidas, dado o perigo de um sobreaquecimento causado pela vigorosa recuperação em curso.

“Pode-se dar o caso de as taxas de juro terem de subir um pouco para garantir que a nossa economia não sobreaquece”, afirmou Yellen na tarde de terça-feira, aproveitando um seminário económico promovido pela revista The Atlantic.

“Apesar do acréscimo no consumo ser relativamente pequeno quando comparado com a economia no seu todo, este pode causar um aumento modesto nas taxas de juro”, acrescentou, reiterando que acredita que estes investimentos serão benéficos e farão a economia “crescer mais rápido”.

A questão das taxas de juro norte-americanas tem estado na ordem do dia do outro lado do Atlântico, dada a expectativa dos investidores, perante o cenário de clara e acelerada retoma, de subida destas referências para o sector financeiro. No entanto, ainda na semana passada Jerome Powell, o presidente da Reserva Federal, reforçou que o regulador norte-americano se encontra “comprometido em apoiar a economia o tempo que for necessário”, acalmando temporariamente os mercados.

Ainda assim, o crescimento de 6,4% reportado para o primeiro trimestre não deixa adivinhar uma manutenção da atual política monetária por muito mais tempo, especialmente considerando as previsões de 10,5% de crescimento para o segundo trimestre apresentadas pela Goldman Sachs e citadas pela CNBC.

A contribuir fortemente para este aquecimento da economia encontra-se o pacote de estímulos aprovado em março pelo Congresso, que teve um impacto considerável no aumento de quase 10% das vendas a retalho logo no mesmo mês. Adicionalmente, o presidente quer agora ver aprovado um plano de revitalização da infraestrutura do país, apesar de vários congressistas terem já expressado as suas reservas em relação a este, incluindo o senador democrata Joe Manchin, visto frequentemente como o democrata mais à direita na câmara alta do Capitólio.

Os mercados reagiram de imediato às declarações, com vários sectores a caírem no vermelho, especialmente o tecnológico.

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