A fintech portuguesa Eupago teve autorização para iniciar operações em Espanha no início de novembro e agora surgem novidades. A Eupago já começou a integrar na sua plataforma o ‘MB Way espanhol’, Bizum, que vai permitir com que os seus clientes não percam dinheiro ou atratividade.
Ao Jornal Económico, Telmo Santos, fundador e co-CEO da Eupago, admite que são a primeira fintech nacional a incorporar o Bizum no seu portefólio enquanto meio de pagamento. “A introdução desta solução materializou-se e é uma peça totalmente funcional no que nós chamamos de Bizum Direct, em que vamos permitir aos comerciantes portugueses receberem através do Bizum e nós [Eupago] chegamos enquanto intermediários técnicos e financeiros”, explica.
O fundador da Eupago adianta que a funcionalidade é bastante semelhante a como funciona com o MB Way em Portugal. Com luz verde para a operação em Espanha e atividade montada no país vizinho, a Eupago está autorizada a receber fundos em nome dos comerciantes e pagar-lhes no dia seguinte, numa operação que já tem o Bizum integrado. Para Telmo Santos, é muito importante existir um serviço “com a mesma qualidade” para os dois mercados.
“O MB Way foi um meio de pagamento que cresceu muito em Portugal e permitiu aos compradores portugueses comprar mais, o que significa que os nossos comerciantes vendem mais. Do mesmo modo, temos a certeza que a partir do momento que os nossos comerciantes consigam disponibilizar um meio de pagamento espanhol, como o Bizum, imediatamente vai aumentar as suas vendas”, conta ao Jornal Económico.
Sobre a interconexão entre MB Way, Bizum e BancoMat, efetivamente na Web Summit de 2024, que entra em vigor no próximo ano, Telmo Santos admite ser importante. “Em primeiro lugar, afirma-nos cada vez mais como uma empresa com visão. Apostámos no MB Way há muitos anos e agora no Bizum. Esta integração mostra-nos que temos visão e que estes meios de pagamento são, de facto, o futuro”.
“Juntar este tipo de meio de pagamento de três países diferentes consegue permitir aos seus utilizadores usar um modelo único. Ou seja, é o reforço de um meio de pagamento à distância, rápido e instantâneo. É a afirmação dos pagamentos digitais no e-commerce e também no dia-a-dia”, aponta o responsável da Eupago.
Telmo Santos admite que este pensamento faz sentido, uma vez que “hoje já estamos habituados a fazer pagamentos ou receber dinheiro por MB Way. Não pensamos de outra forma. Este foi um passo dado em Portugal há algum tempo, Espanha e Itália seguiram-se”.
Para a Eupago, a integração destes modelos num só vão de encontro à visão estabelecida e “acabam por ser vantajosos para os consumidores e empresas, uma vez que estamos a alargar o leque de meios de pagamento a um grande número de utilizadores”.
Sobre a operação em Espanha, mercado onde acabaram de se expandir, Telmo Santos admite que se tem assistido a um “crescimento orgânico”. “A parir do momento em que temos a nossa sucursal em Espanha e a integração do Bizum Direct, prevemos começar a vender muito para Espanha”.
Como? “Pura e simplesmente vamos repetir a estratégia que fizemos em Portugal nos últimos anos, que é dar as mesmas ferramentas aos comerciantes portugueses para vender em Espanha. Mas é também mais que isso: é dar aos comerciantes espanhóis as mesmas ferramentas que os grandes em Espanha têm”, adianta.
Mas o fundador da Eupago vai mais longe. “Sentimos que as pequenas e médias empresas que não têm acesso aos meios de pagamento são negligenciadas em Espanha. Porquê? É um modelo muito parecido ao que aconteceu em Portugal. Tínhamos um meio de pagamento que estava muito integrado, que era o Multibanco, e em Espanha a maioria dos pagamentos ainda é feita com cartão”.
A integração do Bizum nas comunidades e comércios tem vindo a mudar um pouco o chip, assegura, mas “os comerciantes mais pequenos têm necessidade de integrá-lo e não têm conhecimentos técnicos. É aqui que nos vamos centrar. Apesar do modelo ser português, vai ser feito em Espanha, por pessoas de Espanha e para o mercado espanhol”.
Os objetivos para o mercado espanhol também já estão traçados, diz-nos. “Daqui a três anos queremos estar a fazer mil milhões de euros”. Ambicioso? “É um valor ambicioso, mas é possível”.
Uma das vantagens deste tipo de meios de pagamentos digitais, onde se insere o MB Way e também o Bizum, é que chegam rapidamente aos mercado, “funcionam e são baratos”. Como Telmo Santos diz ao Jornal Económico: “não tem como correr mal”.
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